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16/10/2000 - 08h06

Candidato à reeleição em Recife espera recursos da União

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da Folha de S.Paulo

Prefeito licenciado e candidato à reeleição, Roberto Magalhães, 67, quer evitar a associação de sua imagem com a do governo Fernando Henrique Cardoso -que tem apoio de seu partido e um vice, Marco Maciel, que pertence ao PFL pernambucano.

O advogado, ex-governador, ex-professor de direito e duas vezes deputado federal diz que no governo FHC os municípios "empobreceram terrivelmente". Ele critica a política "monetarista" do Ministério da Fazenda, à qual diz ter-se oposto inclusive com ações.

Em entrevista à Agência Folha, o prefeito disse também que gosta do poder, mas que não gosta da política. "O poder é uma criação de Deus, e a política, uma invenção do diabo", declarou. Leia a seguir, trechos da entrevista.


Agência Folha - O discurso ideológico adotado pelo senhor e seus aliados no segundo turno...
Roberto Magalhães Melo - Nós não estamos fazendo discurso ideológico. O que houve foi que minha mulher fez uma palestra para militantes e procurou mostrar o "risco PT" na Prefeitura de Recife. Mostrou as idéias do PT, a convivência permanente do PT com o MST, o modelo que o PT considera matriz, Cuba, entre outras coisas. A decisão da nossa campanha é não ideologizar.

Agência Folha - O senhor tem se esforçado para mostrar que não é temperamental. Essa imagem pesou no primeiro turno?
Magalhães - Pesou. Não sou temperamental. Primeiro tentaram dizer que eu era um prefeito medíocre. Não conseguiram. Depois, tentaram bater em minha honra e não conseguiram. No finzinho, conseguiram esse mote do temperamental. Eu passei 45 dias sendo bombardeado por cinco candidatos e agora que fiz o primeiro debate comecei a desmistificar o muito do que se mentiu a meu respeito. Eu costumo dizer que gosto do poder, mas não gosto da política. O poder é uma criação de Deus, e a política, uma invenção do diabo. Isso porque o poder dá ao homem a oportunidade de revelar suas melhores virtudes, e a política leva o homem a revelar suas piores qualidades.

Agência Folha - A prefeitura está adiantando salários, querendo adiar cobranças de dívidas...
Magalhães - Isso é uma mistificação. Nós somos organizados. Em janeiro os funcionários recebem um cronograma de pagamento. A antecipação foi de quatro dias, devido ao Dia do Servidor. Isso é comum. No Dia de São João também houve antecipação.

Agência Folha - Ser um aliado do presidente Fernando Henrique ajuda ou atrapalha?
Magalhães - O meu partido é aliado de Fernando Henrique. Eu, há dois anos e meio, não vou ao Palácio do Planalto. Tenho duas ações contra o governo federal porque eu discordo frontalmente da política econômica de Malan. Acho que só se combate a pobreza com desenvolvimento. Aplicamos 72% dos recursos no social. A política de Malan é monetarista, e eu sou desenvolvimentista. Nesse período de Fernando Henrique, os municípios empobreceram terrivelmente com o FEF (Fundo de Estabilização Financeira), o Fundef (Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental) e a Lei Kandir.

Agência Folha - O PT cresceu no segundo turno em cima de falhas dos governantes ou por méritos próprios?
Magalhães - Se tivesse crescido em cima de minhas falhas, o PT teria vencido no primeiro turno, e eu venci com uma diferença de 100 mil votos. Acho que há um fenômeno novo em Recife que só posso atribuir ao fator emocional, porque do primeiro turno para cá não houve fato que justificasse essa mudança.

Agência Folha - Se o senhor fosse um eleitor de São Paulo, votaria em quem?
Magalhães - Meu candidato seria Alckmin. No segundo turno, provavelmente não votaria. Estou cansado de votar sempre em alguém que não seja seu candidato. O voto por exclusão é terrível. É tão perigoso que já deu Collor.

Agência Folha - Se reeleito, qual será sua prioridade?
Magalhães - Tenho prioridades para todas as áreas. Se tivesse que escolher uma, seria o combate à pobreza. Mas isso um prefeito não resolve. Ele pode contribuir para diminuí-la. O combate depende das políticas federais, principalmente na área da economia.

Agência Folha - Quais são seus principais projetos?
Roberto Magalhães - Na educação, proponho o pagamento da bolsa-escola por cinco anos, e não quatro. Na saúde, a expansão dos agentes comunitários e dos "médicos da família". No setor de desenvolvimento econômico, o banco do povo, com taxas abaixo de 1% ao mês, a mais baixa do Brasil, o programa de formação profissional, o apoio aos pólos médicos e de informática e a infra-estrutura para o turismo.

Agência Folha - Onde o sr. vai buscar recursos para isso?
Magalhães - Da União, por intermédio da bancada. A emenda é cortada, diminuída, mas vem alguma coisa. Também já consegui empréstimo do BNDES e do Estado, mas sempre colocando recursos nossos também.


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