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25/02/2007
-
09h53
CRISTIANO MACHADO
colaboração para a Agência Folha, em Araçatuba
Um dia após José Rainha Jr. determinar a desocupação de fazendas no Pontal do Paranapanema (oeste de SP) em troca de uma reunião com representantes do governador José Serra (PSDB), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) controlado pelo coordenador, aliado a agricultores de sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), promoveu a 14ª invasão de fazenda em uma semana no interior de São Paulo.
A invasão ocorreu ontem, por volta das 5h, na fazenda Floresta, em Araçatuba (530 km a noroeste de SP). Segundo a coordenação, cerca de 200 pessoas participaram do ato e outras 200 deveriam chegar ao local até o final da tarde de ontem. A Polícia Militar não havia ido à propriedade até o início da tarde de ontem.
A ação faz parte da chamada "jornada de luta pela reforma agrária", a que o MST e a CUT deram início há uma semana na região, com a invasão de 13 fazendas em pouco mais de 24h.
Segundo MST e CUT, a invasão de ontem é para cobrar "agilidade" do governo federal e "denunciar a morosidade da Justiça" no julgamento dos processos de desapropriação.
A fazenda Floresta, segundo o MST, já teria sido negociada com o Incra e tem 976 hectares.
Com a possibilidade de agendar uma audiência com o secretário da Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey, e com o diretor-executivo do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), Gustavo Ungaro, a estratégia agora é mirar o governo federal.
"A realidade naquela região é outra, completamente diferente daqui da do Pontal. Lá, a negociação é com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária]. E também estamos denunciando a lentidão da Justiça no julgamento das ações", disse Rainha.
Ele afirmou aguardar uma audiência com o presidente Lula. "Fizemos o pedido e estamos aguardando a resposta."
As invasões, segundo ele, são também para forçar a troca do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. "Insisto que o [ministro] que está aí não funciona."
O coordenador do MST Sérgio Pantaleão disse, em assembléia, que, nos próximos dias, duas áreas vizinhas à fazenda Floresta serão invadidas.
"Essas fazendas fazem parte de um pacote de vistorias do Incra, em 2001. E, até agora, não foram desapropriadas", afirmou o presidente do Sintraf (Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar) de Araçatuba, José Carlos Bossolan, integrante da CUT.
Outro lado
A Presidência do Incra informou, via assessoria, que não fala sobre movimentos sem-terra, indicando a superintendência do órgão em São Paulo para comentar a invasão. A reportagem deixou recados nos celulares de dois assessores da superintendência. O Ministério do Desenvolvimento Agrário também informou que caberia ao Incra de SP falar sobre a ação.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre invasões de terras
MST invade em SP para pressionar governo federal
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colaboração para a Agência Folha, em Araçatuba
Um dia após José Rainha Jr. determinar a desocupação de fazendas no Pontal do Paranapanema (oeste de SP) em troca de uma reunião com representantes do governador José Serra (PSDB), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) controlado pelo coordenador, aliado a agricultores de sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), promoveu a 14ª invasão de fazenda em uma semana no interior de São Paulo.
A invasão ocorreu ontem, por volta das 5h, na fazenda Floresta, em Araçatuba (530 km a noroeste de SP). Segundo a coordenação, cerca de 200 pessoas participaram do ato e outras 200 deveriam chegar ao local até o final da tarde de ontem. A Polícia Militar não havia ido à propriedade até o início da tarde de ontem.
A ação faz parte da chamada "jornada de luta pela reforma agrária", a que o MST e a CUT deram início há uma semana na região, com a invasão de 13 fazendas em pouco mais de 24h.
Segundo MST e CUT, a invasão de ontem é para cobrar "agilidade" do governo federal e "denunciar a morosidade da Justiça" no julgamento dos processos de desapropriação.
A fazenda Floresta, segundo o MST, já teria sido negociada com o Incra e tem 976 hectares.
Com a possibilidade de agendar uma audiência com o secretário da Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey, e com o diretor-executivo do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), Gustavo Ungaro, a estratégia agora é mirar o governo federal.
"A realidade naquela região é outra, completamente diferente daqui da do Pontal. Lá, a negociação é com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária]. E também estamos denunciando a lentidão da Justiça no julgamento das ações", disse Rainha.
Ele afirmou aguardar uma audiência com o presidente Lula. "Fizemos o pedido e estamos aguardando a resposta."
As invasões, segundo ele, são também para forçar a troca do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. "Insisto que o [ministro] que está aí não funciona."
O coordenador do MST Sérgio Pantaleão disse, em assembléia, que, nos próximos dias, duas áreas vizinhas à fazenda Floresta serão invadidas.
"Essas fazendas fazem parte de um pacote de vistorias do Incra, em 2001. E, até agora, não foram desapropriadas", afirmou o presidente do Sintraf (Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar) de Araçatuba, José Carlos Bossolan, integrante da CUT.
Outro lado
A Presidência do Incra informou, via assessoria, que não fala sobre movimentos sem-terra, indicando a superintendência do órgão em São Paulo para comentar a invasão. A reportagem deixou recados nos celulares de dois assessores da superintendência. O Ministério do Desenvolvimento Agrário também informou que caberia ao Incra de SP falar sobre a ação.
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