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16/10/2000 - 21h44

Dirigentes do PT de Alagoas querem punir senadora por apoiar PPS

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ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió

O PT de Maceió quer punir a principal líder partidária em Alagoas, a senadora Heloísa Helena. Ela decidiu apoiar o candidato do PPS à prefeitura, Régis Cavalcante, contrariando o partido no Estado, que decidiu pela neutralidade no segundo turno.

A senadora apareceu no horário eleitoral do PPS para dizer que "a Executiva Nacional do PT recomenda o voto em Régis Cavalcante", o que provocou uma crise no PT local e a ameaça às alianças do partido com o PSB em algumas capitais, incluindo São Paulo.

Cavalcante disputa o segundo turno com a prefeita-candidata Kátia Born, do PSB. Na noite de amanhã, o PT de Maceió decide que tipo de punição dará à senadora, em reunião dos 28 membros do Diretório Municipal.

O presidente municipal do partido, Ricardo Coelho, disse que hoje já havia seis representações contra a senadora a serem votadas na reunião. Uma delas, de autoria do próprio presidente, solicitará à Justiça a proibição da presença de Heloísa Helena no horário eleitoral gratuito do PPS.

Segundo ele, também será votada uma advertência pública contra a senadora. "A senadora mentiu quando disse que há decisão nacional do partido de apoiar Régis, além de ter desrespeitado a democracia interna do PT."

O PT vai decidir ainda se entra ou não com um pedido de resposta no horário eleitoral do PPS para desmentir a senadora. Segundo Coelho, a resposta se faz necessária porque não há uma decisão da Executiva Nacional do PT sobre o assunto.

Segundo a direção nacional do partido, há apenas o trâmite de um recurso impetrado pelo marido da senadora, o filiado Mário Agra, também cunhado do candidato do PPS. O recurso ainda não foi decidido pela executiva, segundo a direção.

A senadora afirmou à Agência Folha que o partido fez uma recomendação "verbal" para o voto no PPS. Quanto à crise no PT de Alagoas, ela afirmou que "é preciso dar tempo ao tempo para se fazer as discussões partidárias".

Heloísa Helena disse também que não pretendeu fazer uma intervenção contra a decisão do PT de Alagoas. Para ela, a direção nacional do partido vai manifestar apoio público ao candidato do PPS. "Nossa idéia era a de liberar a militância para apoiar o candidato Régis."

O governador Ronaldo Lessa (PSB) disse ontem que, se a direção nacional do PT se engajar na campanha de Cavalcante, vai entrar com recurso na Executiva Nacional do PSB para rediscutir a aliança nacional dos dois partidos.

"Já derrotamos o PT aqui nas últimas eleições. Portanto, não se trata de uma questão local, mas sim da fidelidade da aliança."

Lessa afirmou que tal decisão petista pode acarretar um "enfraquecimento do apoio" que o PSB vem dando a candidatos petistas em capitais como São Paulo, Belém e Recife.

"Agora não dá mais para tirar o apoio que o PSB está dando para o PT em diversas capitais. Seria um desrespeito ao povo. Mas, ao se confirmarem as informações da senadora, a militância com certeza vai fazer corpo mole."

Desde sexta-feira passada, Lessa tenta falar com o presidente nacional do PT, José Dirceu. Segundo o governador, apesar de vários recados, Dirceu não entrou em contato.

Lessa e o presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, decidiram hoje em Alagoas deixar para após as eleições as negociações que vêm mantendo com os governadores do Rio, Anthony Garotinho, e Minas Gerais, Itamar Franco, adiando a reunião marcada para Maceió. Eles articulam o ingresso dos dois governadores no partido.

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