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17/10/2000 - 04h00

PT quer punir senadora que apóia PPS em Maceió

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ARI CIPOLA, da Agência Folha, em Maceió

O PT de Maceió quer punir a principal líder partidária em Alagoas, a senadora Heloísa Helena. Ela decidiu apoiar o candidato do PPS à prefeitura, Régis Cavalcante, contrariando o partido no Estado, que decidiu pela neutralidade no segundo turno.

A senadora apareceu no horário eleitoral do PPS para dizer que "a Executiva Nacional do PT recomenda o voto em Régis Cavalcante", o que provocou uma crise no PT local e a ameaça às alianças do partido com o PSB em algumas capitais, incluindo São Paulo.

Cavalcante disputa o segundo turno com a prefeita-candidata Kátia Born, do PSB. Na noite de hoje, o PT de Maceió decide que tipo de punição dará à senadora, em reunião dos 28 membros do Diretório Municipal.

O presidente municipal do partido, Ricardo Coelho, disse que ontem já havia seis representações contra a senadora a serem votadas na reunião.
Uma delas, de autoria do próprio presidente, solicitará à Justiça a proibição da presença de Heloísa Helena no horário eleitoral gratuito do PPS.

Segundo ele, também será votada uma advertência pública contra a senadora. "A senadora mentiu quando disse que há decisão nacional do partido de apoiar Régis, além de ter desrespeitado a democracia interna do PT."

O PT vai decidir ainda se entra ou não com um pedido de resposta no horário eleitoral do PPS para desmentir a senadora. Segundo Coelho, a resposta se faz necessária porque não há uma decisão da Executiva Nacional do PT sobre o assunto.

Segundo a direção nacional do partido, há apenas o trâmite de um recurso impetrado pelo marido da senadora, o filiado Mário Agra, também cunhado do candidato do PPS. O recurso ainda não foi decidido pela executiva, segundo a direção.

A senadora afirmou à Agência Folha que o partido fez uma recomendação "verbal" para o voto no PPS. Quanto à crise no PT de Alagoas, ela afirmou que "é preciso dar tempo ao tempo para se fazer as discussões partidárias".

Helena disse também que não pretendeu fazer uma intervenção contra a decisão do PT de Alagoas. Para ela, a direção nacional do partido vai manifestar apoio ao candidato do PPS. "Nossa idéia era a de liberar a militância para apoiar o candidato Régis."

O governador Ronaldo Lessa (PSB) disse ontem que, se a direção nacional do PT se engajar na campanha de Cavalcante, vai entrar com recurso na Executiva Nacional do PSB para rediscutir a aliança nacional dos dois partidos. "Já derrotamos o PT aqui nas últimas eleições. Portanto, não se trata de uma questão local, mas sim da fidelidade da aliança."

Lessa afirmou que tal decisão pode acarretar um "enfraquecimento do apoio" que o PSB vem dando a candidatos petistas em capitais como São Paulo, Belém e Recife.

Desde sexta-feira passada, Lessa tenta falar com o presidente nacional do PT, José Dirceu. Segundo o governador, apesar de vários recados, Dirceu não entrou em contato. Lessa e o presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, decidiram ontem em Alagoas deixar para após as eleições as negociações que vêm mantendo com os governadores do Rio, Anthony Garotinho, e Minas Gerais, Itamar Franco, adiando a reunião marcada para Maceió. Eles articulam o ingresso dos dois governadores no partido.

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