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29/03/2007
-
10h45
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Exército vai silenciar no aniversário de 43 anos do golpe militar de 1964, no próximo dia 31. No comando da Força desde o início de março, o general Enzo Martins Peri decidiu quebrar a tradição e não fará pronunciamento nem publicará mensagem oficial sobre a data.
Desde o golpe, o fato histórico só passou em branco em 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse do primeiro mandato.
Tomou-se a medida por precaução, pois o governo trazia entre as lideranças militantes políticos perseguidos na ditadura. Agora a decisão foi tomada para evitar constrangimentos que acompanham a data. Ao exaltar a ditadura --ou "Contra-Revolução de 31 de março de 1964"--, os militares são criticados fora dos quartéis.
A opção pelo silêncio, já criticada em 2003, será um preço a pagar internamente, pois um grupo expressivo da Força defende a ação militar praticada durante os anos de chumbo.
Em 2006, na nota sobre o episódio, o então comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, exaltou a atuação dos militares. Disse que o golpe ajudou a "alicerçar, em cada brasileiro, a convicção perene de que preservar a democracia é um dever nacional".
"O 31 de Março insere-se, pois, na história pátria, e é sob o prisma dos valores imutáveis de nossa força e da dinâmica conjuntural que o entendemos. É memória, dignificado à época pelo incontestável apoio popular, e une-se, vigorosamente, aos demais acontecimentos vividos, para alicerçar, em cada brasileiro, a convicção perene de que preservar a democracia é dever nacional", dizia o texto.
A nota gerou mal-estar. Waldir Pires, que seguiu para o exílio político após o golpe, acabara de assumir o Ministério da Defesa, ao qual o Exército é subordinado pela atual estrutura.
Também houve constrangimento em 2000, quando a ordem do dia dizia que o movimento militar de 64 foi um ato de "coragem moral" para "restaurar a democracia". Contra a "insensatez", dizia, os militares ficaram "ao lado da razão".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o golpe militar de 1964
General do Exército decide se calar sobre aniversário do golpe
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Exército vai silenciar no aniversário de 43 anos do golpe militar de 1964, no próximo dia 31. No comando da Força desde o início de março, o general Enzo Martins Peri decidiu quebrar a tradição e não fará pronunciamento nem publicará mensagem oficial sobre a data.
Desde o golpe, o fato histórico só passou em branco em 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse do primeiro mandato.
Tomou-se a medida por precaução, pois o governo trazia entre as lideranças militantes políticos perseguidos na ditadura. Agora a decisão foi tomada para evitar constrangimentos que acompanham a data. Ao exaltar a ditadura --ou "Contra-Revolução de 31 de março de 1964"--, os militares são criticados fora dos quartéis.
A opção pelo silêncio, já criticada em 2003, será um preço a pagar internamente, pois um grupo expressivo da Força defende a ação militar praticada durante os anos de chumbo.
Em 2006, na nota sobre o episódio, o então comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, exaltou a atuação dos militares. Disse que o golpe ajudou a "alicerçar, em cada brasileiro, a convicção perene de que preservar a democracia é um dever nacional".
"O 31 de Março insere-se, pois, na história pátria, e é sob o prisma dos valores imutáveis de nossa força e da dinâmica conjuntural que o entendemos. É memória, dignificado à época pelo incontestável apoio popular, e une-se, vigorosamente, aos demais acontecimentos vividos, para alicerçar, em cada brasileiro, a convicção perene de que preservar a democracia é dever nacional", dizia o texto.
A nota gerou mal-estar. Waldir Pires, que seguiu para o exílio político após o golpe, acabara de assumir o Ministério da Defesa, ao qual o Exército é subordinado pela atual estrutura.
Também houve constrangimento em 2000, quando a ordem do dia dizia que o movimento militar de 64 foi um ato de "coragem moral" para "restaurar a democracia". Contra a "insensatez", dizia, os militares ficaram "ao lado da razão".
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