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21/04/2007 - 09h00

Policiais vasculham gabinetes e casas de desembargadores

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LILIAN CHRISTOFOLETTI
KLEBER TOMAZ
DENISE BRITO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo

Armados com submetralhadora e pistolas, cerca de 50 policiais federais vasculharam ontem os gabinetes de três desembargadores do (TRF-SP) Tribunal Regional Federal de São Paulo e de dois juízes federais de primeira instância. A ação no TRF era apenas uma parte das vistorias previstas pela Operação "Têmis" em São Paulo, fruto de investigações sobre a suposta venda de sentenças judiciais.

A chegada dos policiais federais ao prédio do TRF, na avenida Paulista, às 9h30, com carros pretos e sirenes ligadas, assustou principalmente os agentes de segurança, que proibiram o grupo armado de entrar nos gabinetes, apesar de terem ordem judicial autorizando a operação de busca e apreensão. Sob o comando do delegado da PF José Pinto de Luna, que foi acompanhado pelo procurador regional da República Pedro Barbosa Pereira Neto, os agentes entraram no prédio do TRF somente 25 minutos depois.

Tiveram seus gabinetes investigados pela PF os desembargadores Roberto Haddad, Nery da Costa Júnior e Alda Basto. No prédio da primeira instância, a medida atingiu a juíza federal Maria Cristina Cukierkorn, que está em licença maternidade desde janeiro, e o juiz Djalma Moreira Gomes. Cukierkorn foi ao gabinete acompanhar a operação.

Apenas a desembargadora Basto estava no tribunal.

Como saldo das operações desenvolvidas de forma simultânea, foram apreendidos poucos documentos, cópias dos discos rígidos (memória) dos computadores fixos dos magistrados e um notebook, de Haddad. No gabinete dele foram apreendidos menos de dois quilos de papéis.

Alvo na Fazenda

No mesmo horário em que era feita a vistoria no TRF, seis agentes e dois escrivães da PF chegavam a um prédio da zona leste na capital onde mora o procurador da Fazenda Nacional Sérgio Gomes Ayala.

O delegado Rafael Andreatto, da PF do Rio, levava debaixo do braço a "ficha de identificação de Ayala. Denise Neves Abade, procuradora Regional da República em São Paulo, conversou com o porteiro: "Não viemos cumprir mandado de prisão, somente de busca e apreensão de documentos".

Segundo o zelador, o procurador tinha saído para trabalhar "entre 7h e 8h." A advogada de Ayala, Flávia Jurno, chega às 10h30 de táxi e dá outra versão: "Sérgio está de férias do serviço, viajando com a família. A única pessoa que está no apartamento é a empregada que foi quem me chamou aqui. Por isso vim: para acompanhar esse trabalho da polícia".

A ausência de Ayala despertou a desconfiança dos policiais envolvidos na operação de que o procurador já saberia da "visita" da PF. Após duas horas e cinqüenta minutos no apartamento, a equipe da PF deixou o prédio com sacolas pretas.

"Apreendemos HDs (sigla em inglês para discos rígidos, onde estão informações e arquivos de computadores) que serão levados para a superintendência da PF, na Lapa (zona oeste)", disse o delegado.

Alphaville

Outra equipe da PF chegou às 9h40 na residência do desembargador Nery da Costa Júnior, no condomínio em Alphaville (Tamboré).

Chefiados pelo delegado José Lourenço, os policias foram atendidos pela empregada da casa. A esposa do desembargador saiu então à porta. O desembargador não estava em casa e a garagem com espaço para três veículos, vazia. A busca durou cerca de três horas.

Um agente, questionado pela reportagem sobre o resultado da busca, fez gesto negativo com a cabeça dizendo que nada havia sido encontrado. A PF recolheu CDs, agendas, pastas e o HD de um computador. Não encontraram dinheiro em espécie, à exceção de baixa quantia em "moeda estrangeira".

Vizinhos contaram que o desembargador tem um Honda Civic EXS (placa HSI 7183, Campo Grande, Mato Grosso do Sul), cinza metálico, que estava estacionado na vaga de garagem da casa vizinha.

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