Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/04/2007 - 10h11

Grampo liga políticos do Rio a policial preso com a máfia do jogo

Publicidade

RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S.Paulo, no Rio

Assessores e colaboradores de Eurico Miranda (PP), presidente do Vasco da Gama e ex-deputado federal, do deputado estadual João Pedro Figueira (DEM, ex-PFL), coordenador de campanha do prefeito do Rio, Cesar Maia, e de Noel de Carvalho (PMDB), secretário de Habitação do governador Sérgio Cabral, estão envolvidos com bicheiros, segundo escutas da Operação Hurricane.

Auxiliares dos três aparecem em conversas por telefone com o policial Marcos Bretas, apontado pela PF como intermediador da propina de bicheiros a políticos e policiais. Para os policiais, as conversas (a maioria em setembro de 2006, mês anterior à eleição) dizem respeito a contribuições de campanha do contraventor preso Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, aos candidatos. Nenhum deles disse ter recebido doação do bicheiro.

João Pedro e Noel de Carvalho são os que têm mais citações nos relatórios das escutas. O deputado ligado a Cesar Maia chega a conversar rapidamente com Marcão e combina com ele encontro em bar na Barra da Tijuca. Sempre que citados no relatório, seus nomes se seguem do termo "campanha".

Em nenhum diálogo aparecem as palavras "dinheiro" ou "doação", mas há conversas falando em "entrega" e "material de campanha".

Em 5 de setembro, Bretas se apresenta a Bruno (assessor de João Pedro Figueira) como "Marcão do Júlio Guimarães" (sobrinho de Capitão Guimarães e em cuja casa encontraram dinheiro em parede falsa) e diz que tentou duas vezes "entregar o material de campanha". Bretas "diz [a Bruno] que antecipou porque sabe que é em boa hora". Marcaram encontro à noite na Barra.

Após o horário, Bruno e Bretas voltam a se falar. Para a PF, eles mudaram o local temendo rastreamento. Conforme o relatório de escuta, Bretas "mandou seu filho fazer a entrega".

João Pedro nega ter recebido doação de Guimarães e diz que só o conhece como presidente da Liga das Escolas de Samba. Confirmou ter assessor chamado Bruno, mas disse não se lembrar de Marcos Bretas ou de ter conversado com ninguém sobre doação do bicheiro.

Quando falam de Noel de Carvalho, se referem a ele como "Papai Noel", segundo a PF. Numa conversa, Bretas diz que "o menino do papai Noel disse que ia ligar para "o cara dele" para ver se ia receber".

No caso de Miranda, é o vice-presidente do Vasco Antônio Vicente Porphírio quem fala com Bretas. "Antônio Vicente pergunta se Marcão trabalha com Capitão também. Marcão diz que sim. Antônio Vicente diz que se lembrou e que é da campanha do Eurico. (...) Antônio diz que [foi] o Capitão que deu o cartão e por isso Marcão entrou em contato. Marcão diz que vai fazer referência ao nome do deputado, para que não se esqueçam dele."

Miranda disse não ter recebido dinheiro de Guimarães, mas admitiu ter relacionamento "respeitoso" e "cordial" com ele. Noel não foi localizado.

Leia mais
  • PF apreende 40 kg de documentos em ação contra máfia de jogos
  • Polícia diz que bicheiros são os donos dos bingos do Rio
  • Após operação da PF, Justiça veta funcionamento de bingos em SP
  • STF bloqueia bens de 50 envolvidos com máfia de jogos e apura vazamento
  • Veja vídeo da PF da apreensão do dinheiro em megaoperação

    Especial
  • Veja fotos da apreensão feita pela PF na Operação Hurricane
  • Leia mais sobre a Operação Hurricane
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página