12/05/2007 - 08h36

Garoto do milagre faz primeira comunhão com Bento 16

LÍVIA SAMPAIO
da Agora

Enzo de Almeida Gallafassi, 7, fez sua primeira comunhão na manhã de ontem. Ele seria mais um entre tantos meninos que já comungaram não fosse a hóstia recebida das mãos do próprio papa Bento 16, sob o olhar de 1,2 milhão de fiéis e sobre um altar superdimensionado no Campo de Marte (zona norte de São Paulo). Tudo isso porque Enzo é o "menino do milagre", segundo ele mesmo definiu.

José Cordeiro/visitadopapa.org.br

Enzo recebe comunhão do papa

A mãe, Sandra Grossi de Almeida, 37 anos, sofria de uma má-formação do útero, mas conseguiu ter o filho mesmo após dois abortos espontâneos --um deles de gêmeos. Durante a terceira gravidez, ela tomou as pílulas do frei Galvão, canonizado ontem.

O nascimento de Enzo foi considerado pelo Tribunal Eclesiástico o segundo milagre atribuído ao frade franciscano. Hoje saudável, o menino nasceu prematuro e com problemas pulmonares.

Ontem, às 10h10, o reconhecimento tornou Antônio de Sant'Anna Galvão o primeiro santo nascido em solo brasileiro. "Sinto-me feliz porque a elevação de frei Galvão aos altares ficará para sempre emoldurada na liturgia que hoje a igreja nos oferece", afirmou o papa, durante a homilia da missa.

Antes disso, sacerdotes levaram ao altar três símbolos que sintetizam a vida do frade: um cordão franciscano, um cálice --referência ao ministério sacerdotal--, e a colher de pedreiro que o santo utilizou para ajudar a construir o Mosteiro da Luz.

Mãe e filho participaram da missa de canonização no altar, onde presentearam o pontífice. Sandra deu ao santo padre um terço, enquanto Enzo ofereceu uma abotoadura com uma pedra brasileira incrustada. O menino, no entanto, não tinha a menor idéia do que havia dentro do pequeno pacote que carregava. "Foi a igreja que pediu para dar. Sem querer, derrubei no chão, mas não quebrou", entregou o garoto.

O jeito espontâneo de Enzo despertou o carinho do santo padre. Na manhã em que Bento 16 propiciou a Enzo a Primeira Eucaristia, o garoto retribuiu com ternura, fazendo da comunhão uma troca muito além das polêmicas, como virgindade ou aborto.

Cristina da Silva, 21 anos, foi agraciada com o primeiro milagre atribuído a frei Galvão. Aos 4 anos, ela tomou as pílulas e se curou de uma encefalopatia hepática. Em 1998, esteve no Vaticano de João Paulo 2º, onde acompanhou a beatificação do frade. Ontem, foi abençoada pelo papa Bento 16 na capital. "Para mim, frei Galvão sempre foi um santo. Sempre fui devota dele, e muito grata."

Também esteve na missa a irmã Celia Cadorin, postulante da causa de frei Galvão e de madre Paulina. Ela afirmou que o Brasil "precisa de mais santos" e que irá auxiliar na causa da irmã Dulce, conhecida por suas obras sociais na Bahia.

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