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23/10/2000 - 08h26

Cardeal fala em plano contra o papa

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CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Folha de S.Paulo

O Vaticano percebeu uma conspiração para matar o papa João Paulo 2º, depois de o pontífice ter condenado o ataque dos Estados Unidos ao Iraque em dezembro de 1998. Até os cardeais passaram a ser revistados na Santa Sé, por motivos de segurança.

A afirmação foi feita ontem, em Porto Alegre, pelo cardeal-arcebispo de Aparecida, dom Aloísio Lorscheider. Ele não identificou quem seria o responsável pelo atentado, mas disse que os Estados Unidos "não gostaram" das críticas do papa à Operação Raposa do Deserto, como ficou conhecido o ataque ao Iraque às vésperas da votação do impeachment de Bill Clinton.

"Houve uma conspiração para matar o papa. Não estou dizendo que partiu dos Estados Unidos, mas houve gente que se incomodou. O mundo de fora (do Vaticano) nunca soube disso", disse ele, para quem apenas os "círculos mais chegados" à cúpula da Igreja Católica ficaram a par do assunto.

Ele disse que a segurança do papa foi reforçada, com o aumento do número de seguranças e a adoção de cuidados especiais. "Examinavam até a nós, de modo muito cuidadoso", afirmou.

Não é a primeira vez que d. Aloísio faz um comentário potencialmente polêmico sobre o papa. Em julho de 1994, ele disse em um programa de rádio que João Paulo 2º tinha câncer ósseo. O Vaticano negou e, no dia seguinte, o cardeal voltou atrás em nota oficial.

D. Aloísio abordou o assunto ao responder a uma pergunta da Agência Folha, durante entrevista, sobre se seria importante politicamente para a igreja que o próximo papa fosse de fora da Europa -o atual pontífice é polonês.

Sem responder objetivamente a questão, o cardeal afirmou que, com a globalização, "qualquer palavrinha do papa" gera repercussão. E emendou, lembrando que, em 1998, o papa havia dito que "eticamente" o ataque dos EUA ao Iraque "não estava justo".

D. Aloísio, que participou do Evento Missionário Jubilar, organizado pela Regional Sul 3 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), disse que o Vaticano "captou" a idéia para a eliminação do papa. "O Vaticano capta muita coisa."

Falando sobre a situação do papa, que enfrenta problemas de saúde, ponderou que um eventual afastamento depende exclusivamente do pontífice.
"Ele é livre para dizer sim ou não. É uma decisão pessoal."

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