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24/10/2000 - 04h21

Maia e Conde evitam acusações em debate

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ANTONIO CARLOS DE FARIA e CHICO SANTOS
da Folha de S.Paulo

Os dois candidatos à Prefeitura do Rio, Luiz Paulo Conde (PFL) e Cesar Maia (PTB), evitaram ontem, durante debate na rádio CBN, repetir acusações mútuas de enriquecimento ilícito. Nas discussões sobre seus programas de governo, eles não conseguiram mostrar que têm propostas diferentes para a cidade.

Ambos fizeram discursos semelhantes de defesa dos programas de urbanização Rio Cidade e Favela Bairro, enfatizaram a necessidade de aproveitar a malha ferroviária para instalação de metrô de superfície e disseram ser necessário ampliar a rede de escolas, só divergindo no volume e localização das obras. E disseram que não vão aumentar impostos.

Conde foi secretário municipal de Urbanismo quando Maia era prefeito (1993-1996) e fez um governo de continuidade administrativa. Maia agora quer retornar à prefeitura propondo dar sequência às suas idéias.

Conde foi mais agressivo no debate. Disse que Maia adota a mentira como estratégia política, é autoritário, desagregador e pessimista. "Não vejo o motivo desse pessimismo. Ele parece aquela pessoa capaz de se afogar em um bidê", afirmou.

Maia procurou demonstrar que a cidade vivia um período melhor em sua gestão e que é uma liderança política independente, com personalidade e mais bem preparado para administrar o Rio.

"Você quer um prefeito que trabalhe com os governos federal e estadual como se fosse um maria-vai-com-as-outras, ou você quer um prefeito que tenha coragem de divergir na defesa dos interesses da cidade e do país?", disse Maia ao público do programa.

Na semana passada, em debate na TV Bandeirantes, Maia havia acusado Conde de usar a prefeitura para beneficiar sua empresa de arquitetura. O prefeito acusou o adversário de não ter como comprovar renda que justificasse o aumento de seu patrimônio.

Ontem, depois do debate, Maia justificou o fato de não ter feito novas acusações, afirmando que os ataques pessoais no confronto anterior haviam sido um erro dos dois candidatos. "As duas candidaturas perderam, pois faltou discutir os problemas da cidade."

O prefeito afirmou que seu adversário não quis mais atacá-lo porque estaria temendo sua reação. "Ele está retido na malha fina do Imposto de Renda", disse Conde, fazendo referência ao fato de Maia ter suas últimas seis declarações em análise pela Receita.

O ex-prefeito confirma as retenções, mas nega que haja irregularidades. Para Maia, há apenas divergências de interpretação com a Receita sobre a legalidade de doações feitas para ele por sua filha.

O debate foi marcado por uma maior agressividade de Conde nos questionamentos que fez a Maia, que por sua vez procurou o tempo todo se mostrar gentil. No segundo bloco, Conde perdeu a concentração e não conseguiu fazer uma pergunta para Maia, ficando um silêncio de 30 segundos, até o tempo se esgotar. Maia nesse momento saiu em defesa de Conde e pediu à direção do debate que lhe desse nova chance.

Os dois fizeram declarações dizendo que contam com o apoio de militantes do PT e do PDT. O primeiro partido decidiu não recomendar o voto em nenhum dos dois. Os pedetistas estão divididos. Maia prometeu cargos em sua gestão para os petistas e pedetistas. Conde rebateu dizendo que já tem vários militantes do PT e do PDT em seu governo.

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