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29/10/2003 - 18h45

Buraco negro no centro da Via Láctea gira sobre si mesmo

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da France Presse, em Paris (França)

O buraco negro situado no centro de nossa galáxia giraria sobre si mesmo e em grande velocidade, de acordo com um estudo de uma equipe franco-germano-israelense que será publicado na edição de amanhã da revista "Nature", após a detecção de emissões infravermelhas violentas provenientes deste lugar.

Desde a descoberta em 1974 de uma potente fonte de ondas de rádio no centro dinâmico de nossa galáxia, na constelação de Sagitário, a Sagittarius A* (Sgr A*), os astrônomos vêm se questionando sobre a natureza do objeto responsável por esta emissão --se seria um conglomerado muito denso de estrelas, um buraco negro, ou alguma outra estrutura.

Essa fonte de energia permanece "silenciosa" nas outras freqüências de ondas do espectro eletromagnético. Não há nenhuma emissão de raios X, gama, ou infravermelha oriunda deste objeto, o que pode ter constituído um claro índice da existência de um buraco negro supermaciço que os cálculos sobre a dinâmica da Via Láctea pareciam mostrar.

Bilhões de sóis

A observação há dois anos com o telescópio espacial Chandra de uma forte emissão de raios-X provenientes dessa região confirmou definitivamente que nossa galáxia tem em seu centro um buraco negro supermaciço, de uma massa equivalente a três ou quatro bilhões de vezes a do nosso sol.

Esse buraco negro deve atrair por sua gravidade toda a matéria existente ao seu redor, que se acumularia em um "disco" antes de ser aspirada e desaparecer.

Ao cair nele, essa matéria se aquece e se projeta em emissões infravermelhas. Essa projeção é a que acaba de captar, pela primeira vez, uma equipe liderada por Reinhard Genzel, do Instituto Max-Planck de Garching, perto de Munique (Alemanha).

Observatório no Chile

Em 9 de maio passado, com a ajuda de um dos instrumentos do VLT (Very Large Telescope) --observatório europeu localizado no norte do Chile--, os pesquisadores detectaram raios infravermelhos provenientes da periferia próxima ao buraco negro, antes de observar outros dois em junho, com um dia de intervalo.

Também foram detectadas emissões infravermelhas da vizinhança do buraco negro em maio e junho por outra equipe, desta vez norte-americana, que utilizou o telescópio Keck-II de Mauna Kea (Havaí).

Para ambos os grupos de cientistas, não há dúvida de que estas emissões infravermelhas, que são quase periódicas, provêm da matéria que cai no buraco negro exatamente antes de ser absorvida e desaparecer definitivamente no que se poderia chamar de "horizonte de eventos" do fenômeno, uma região da qual nada consegue escapar.

Se a periodicidade desses raios se deve ao movimento da matéria em torno do buraco negro, os cientistas concluíram que ele deve girar a uma velocidade enormemente elevada sobre si mesmo.
 

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