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05/11/2003 - 07h56

Astrônomos europeus encontram galáxia mais próxima da Via Láctea

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SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

Um grupo de astrônomos europeus acaba de descobrir a galáxia mais próxima da Via Láctea já observada. Mas é bom olhar depressa, pois em breve dela não restará muita coisa.

Claro, "breve" na escala cósmica, em que 1 milhão de anos é um piscar de olhos. O que acontece é que a Via Láctea está literalmente engolindo sua irmã menor.

A galáxia Canis Major, assim batizada por estar na direção da constelação do Cão Maior, de grande não tem nada, com apenas 1 bilhão de estrelas, e está sendo gradualmente diluída na Via Láctea. Com sua força gravitacional vastamente superior e 200 vezes mais estrelas, ela está fazendo a vizinha em pedaços. Seus restos estão sendo absorvidos e integrados ao disco da galáxia maior.

Uma galáxia é essencialmente um vasto agrupamento de estrelas. As mais vistosas, como a Via Láctea, apresentam o formato de um disco espiral e possuem um buraco negro gigante em seu núcleo, que mantém todo o resto girando em torno dele.

O Sol e seus planetas estão localizados num dos braços da Via Láctea, na periferia galáctica, a cerca de 30 mil anos-luz de distância do centro. A rigor, ele está mais perto de Canis Major (25 mil anos-luz) do que do centro da Via Láctea. Apesar disso, não há com que se preocupar. Eventos de colisão e canibalismo galácticos são comuns e normalmente não provocam alterações significativas às estrelas periféricas das galáxias envolvidas, como é o caso do Sol.

Eventos similares já foram observados incontáveis vezes em imagens de outras galáxias obtidas pelo telescópio Hubble. É o segundo caso de uma galáxia flagrada em processo de "digestão" pela Via Láctea. O primeiro foi identificado em 1994.

O estudo foi liderado por Rodrigo Ibata, do Observatório de Estrasburgo, França. O pesquisador, que tem laços com o Brasil, é um especialista no assunto, tendo flagrado um banquete na galáxia de Andrômeda (M33) há dois anos.

Descendente de bolivianos, Ibata é britânico, mas viveu boa parte da vida na Bolívia, na fronteira com o Brasil. Tem familiares que hoje vivem em São Paulo.

O estudo deve sair em algumas semanas no periódico britânico "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".
 

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