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11/12/2003
-
09h16
da Folha de S.Paulo
A espécie-símbolo da preservação no Brasil escapou do inimigo tradicional --a caça para venda como animal de estimação-- só para encontrar perigos novos. Que o digam os micos-leões-dourados infectados com o Trypanosoma cruzi, causador do mal de Chagas, ou mortos por cachorros domésticos em reservas do Estado do Rio de Janeiro.
Essas ameaças são só um exemplo dos riscos que a fragmentação ambiental --a divisão de ecossistemas em pedaços menores e isolados-- está criando para a fauna e a flora do país, alerta um relatório que o Ministério do Meio Ambiente divulga hoje. O trabalho "Fragmentação de Ecossistemas: Causas, Efeitos sobre a Biodiversidade e Recomendações de Políticas Públicas" sugere que proteger só os remanescentes de matas, sem pensar no que há em volta, equivale a extermínio adiado.
"O buraco é mais embaixo", resume o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, João Paulo Ribeiro Capobianco, 46. "As políticas públicas ambientais foram concebidas com a noção de que um conjunto de áreas protegidas bastava. Mas a fragmentação de ecossistemas pode fazer com que essas áreas caminhem para a inviabilidade", afirma.
O volume reúne as contribuições de 120 cientistas em 15 projetos de pesquisa sobre o problema, investigando suas repercussões na mata atlântica, no cerrado, na floresta amazônica e em ambientes costeiros. Há pelo menos uma boa notícia: embora sob risco a longo prazo, fragmentos pequenos de mata (com menos de 1 km2) ainda conseguem manter um número adequado de espécies de pequenos mamíferos.
O grande problema é que o tamanho dessas populações é tão minúsculo que elas tendem a encolher e sumir, se não houver trânsito de indivíduos de um trecho a outro. Alguns tipos de atividade econômica no entorno das reservas, como pomares ou sistemas agroflorestais, permitem isso. "Mas a monocultura de soja, por exemplo, cria espaços intransponíveis", diz Capobianco.
Mais expostos, os fragmentos também correm risco de doenças transmitidas por animais exóticos --caso do mal de Chagas passado aos micos-leões por saguis do Nordeste, trazidos como bichos de estimação. Para o secretário, as informações do relatório permitirão identificar esses problemas regionais e atacá-los individualmente, bem como melhorar a legislação ambiental.
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Reservas isoladas correm risco de sumir, diz estudo
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A espécie-símbolo da preservação no Brasil escapou do inimigo tradicional --a caça para venda como animal de estimação-- só para encontrar perigos novos. Que o digam os micos-leões-dourados infectados com o Trypanosoma cruzi, causador do mal de Chagas, ou mortos por cachorros domésticos em reservas do Estado do Rio de Janeiro.
Essas ameaças são só um exemplo dos riscos que a fragmentação ambiental --a divisão de ecossistemas em pedaços menores e isolados-- está criando para a fauna e a flora do país, alerta um relatório que o Ministério do Meio Ambiente divulga hoje. O trabalho "Fragmentação de Ecossistemas: Causas, Efeitos sobre a Biodiversidade e Recomendações de Políticas Públicas" sugere que proteger só os remanescentes de matas, sem pensar no que há em volta, equivale a extermínio adiado.
"O buraco é mais embaixo", resume o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, João Paulo Ribeiro Capobianco, 46. "As políticas públicas ambientais foram concebidas com a noção de que um conjunto de áreas protegidas bastava. Mas a fragmentação de ecossistemas pode fazer com que essas áreas caminhem para a inviabilidade", afirma.
O volume reúne as contribuições de 120 cientistas em 15 projetos de pesquisa sobre o problema, investigando suas repercussões na mata atlântica, no cerrado, na floresta amazônica e em ambientes costeiros. Há pelo menos uma boa notícia: embora sob risco a longo prazo, fragmentos pequenos de mata (com menos de 1 km2) ainda conseguem manter um número adequado de espécies de pequenos mamíferos.
O grande problema é que o tamanho dessas populações é tão minúsculo que elas tendem a encolher e sumir, se não houver trânsito de indivíduos de um trecho a outro. Alguns tipos de atividade econômica no entorno das reservas, como pomares ou sistemas agroflorestais, permitem isso. "Mas a monocultura de soja, por exemplo, cria espaços intransponíveis", diz Capobianco.
Mais expostos, os fragmentos também correm risco de doenças transmitidas por animais exóticos --caso do mal de Chagas passado aos micos-leões por saguis do Nordeste, trazidos como bichos de estimação. Para o secretário, as informações do relatório permitirão identificar esses problemas regionais e atacá-los individualmente, bem como melhorar a legislação ambiental.
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