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18/12/2003 - 12h11

Frota de naves terrestres vai "invadir" o planeta Marte em 2004

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da Folha de S.Paulo
da Folha Online

O monopólio norte-americano sobre o espaço já foi abalado com o primeiro vôo tripulado chinês ao espaço, em outubro. Agora, o domínio dos EUA sobre Marte também está com os dias contados: a ESA (agência espacial européia) está prestes a colocar um módulo em solo marciano e uma sonda na órbita do planeta vermelho.

A sonda Mars Express, lançada no dia 02 de junho para procurar vestígios de vida em Marte, lança amanhã o módulo Beagle-2 rumo à superfície marciana. Em seguida, segue sua trajetória para finalmente entrar em órbita em 8 de janeiro.

"O Beagle-2 vai se concentrar numa vasta gama de análises químicas, minerais e orgânicas de rochas e solos, caracterização mineralógica e geológica do local de pouso, assim como as suas condições meteorológicas", disse à Folha Agustín Chicarro, o cientista-chefe da missão. "Juntos, esses resultados todos vão contribuir para estabelecer se a vida apareceu e evoluiu em Marte."

Editoria de Arte/Folha Imagem


Os europeus enfrentaram dificuldades com a nave durante as preparações para o lançamento, originalmente marcado para o dia 23 de maio. A equipe de técnicos, engenheiros e cientistas teve de trabalhar contra o relógio para aproveitar a chamada "janela" de lançamento --período em que é possível enviar a sonda até seu destino.

Tempo é uma variável fundamental quando o assunto é enviar missões para Marte. Não é como ir até a Lua. Enquanto o satélite natural da Terra se mantém a uma distância regular com o passar do tempo (cerca de 384 mil quilômetros), a distância Terra-Marte varia de 80 milhões a 380 milhões de quilômetros, conforme os dois planetas avançam em suas órbitas ao redor do Sol.

Essas janelas de lançamento, com duração de cerca de um mês, costumam se abrir para um vôo até Marte a cada dois anos. Por essa razão, houve lançamentos de sondas em 1997, 1999 e 2001 rumo ao planeta vermelho --em todos esses casos, sondas norte-americanas. Com exceção de uma série de sondas soviéticas nos anos 1970, nenhum outro país havia enviado naves a Marte até agora.

EUA e Japão

Mas Mars Express não estará sozinha em sua jornada. A Nasa lançou entre junho e julho dois "rovers" (jipes) com destino a Marte, na missão Mars Expedition Rover. A agência espacial norte-americana mobilizou cerca de US$ 800 milhões para o envio dos robôs, que são alimentados por energia solar e podem percorrer 40 metros por dia marciano.

Os técnicos do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa), na Califórnia, receberão as informações por dois satélites que orbitam Marte: o Global Surveyor e o Odyssey. Os dados permitirão aos cientistas decidir qual deverá ser a rota do dia seguinte.

Completando o tráfego de sondas marcianas na temporada 2003/2004, a nave japonesa Nozomi deve finalmente chegar ao destino no início de 2004, após uma longa e tortuosa viagem. Ela foi lançada em 1998, mas problemas no meio do caminho fizeram com que só agora ela conseguisse atingir o planeta vermelho.

O lançamento da Mars Express e a chegada da Nozomi são um marco na exploração marciana, que começa a ganhar os mesmos traços de cooperação global que hoje existem na construção da ISS (Estação Espacial Internacional).

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