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29/12/2003 - 15h40

Beagle-2 pode ter caído em cratera de Marte

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da France Presse, em Londres (Reino Unido)

Os cientistas continuam sem sinais da sonda britânica Beagle-2. Agora eles começam a especular se o pouso em Marte, programado para acontecer no dia de Natal, não teria acontecido em uma cratera marciana.

O pouso dentro de uma cratera está entre as hipóteses levantadas pelos cientistas que tentam restabelecer o contato com a sonda, depois da sexta tentativa frustrada de captar seus sinais, nesta segunda-feira. Outras incluem problemas de comunicação ou técnicos que estariam dificultando o contato da Beagle-2 com a estação de transmissão temporária, a nave Mars Odissey, que está na órbita de Marte.

"Teríamos que ser incrivelmente precisos e azarados para cairmos nesta cratera, o que certamente não seria uma boa notícia", disse em Londres o cientista-chefe do projeto Beagle-2, professor Colin Pillinger. "Haverá destroços de impacto ao seu redor, o que significa mais rochas", disse Pillinger. "Isto dificultará os saltos. A última coisa que queremos é saltar em declives ou sobre outras rochas", continuou.

Haverá outras sete chances para ouvir o sinal da sonda Beagle-2 --uma melodia de nove notas composta pelo grupo pop britânico Blur-- até 17 de janeiro. Duas delas acontecerão nesta terça-feira (29), às 05h24 e 18h20 de Brasília. Outra oportunidade acontecerá às 07h04 da véspera de Ano Novo.

A partir de 6 de janeiro quatro novas tentativas serão feitas pela nave Mars Express.

O local determinado pelos cientistas para o pouso --uma bacia plana com 700 mil quilômetros quadrados de área-- foi escolhido para minimizar riscos naturais.

Mas, como é característico do planeta, esta área tem uma cratera de um quilômetro de extensão e possivelmente centenas de metros de profundidade.

Ela só foi revelada por fotos em close tiradas do local por outro orbitador da Nasa, a Mars Global Surveyor, minutos depois do horário da suposta aterrissagem da sonda britânica, na quinta-feira passada.

Quando a Beagle 2 se separou da Mars Express em 19 de dezembro --depois de uma viagem de 400 milhões de quilômetros pelo espaço-- deveria se tornar a primeira nave européia a tocar o solo de outro planeta.

Durante os 180 dias da missão, estavam programadas experiências com rochas, solo e coleta de amostras de ar para buscar vestígios de vida passada ou presente no planeta vermelho.

Embora a sonda seja um dos integrantes mais espetaculares da missão Mars Express, ela representa apenas 10% da totalidade do projeto científico, informou a ESA (Agência Espacial Européia).

Outros instrumentos a bordo da Mars Express possibilitarão aos cientistas obter o maior conhecimento sobre o planeta até hoje.

O equipamento inclui uma câmera estereoscópica para observar anomalias gravitacionais, um radar capaz de ver através da superfície e espectrômetros para examinar minerais e a atmosfera em busca de sinais de vida.
 

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