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16/11/2000
-
20h55
especial para a Folha de S.Paulo, em Haia
As reduções nas emissões de gases que causam o efeito estufa previstas no Protocolo de Kyoto terão uma influência muito pequena no atual processo de aquecimento da Terra, segundo um painel de cientistas de vários países que é responsável por apurar os efeitos da mudança climática.
De acordo com o protocolo assinado em 1997, mas ainda não ratificado, os países industrializados deverão, até 2012, reduzir em média 5% as emissões de gases-estufa lançados na atmosfera, em relação aos níveis de 1990.
"Caso o protocolo seja realmente implementado, ele terá um efeito apenas marginal sobre a mudança do clima. Para que conseguíssemos evitar o contínuo aquecimento da Terra, seriam necessárias reduções entre 50% e 70% nas emissões", afirmou Robert Watson, presidente do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC, em inglês).
Watson participa da 6ª Conferência das Partes (COP-6) da Convenção de Mudança Climática, que vai até dia 24, em Haia. Ele informou que o aumento das emissões nos últimos anos modificou as estimativas sobre aquecimento e elevação dos níveis dos oceanos: "Nós quase dobramos nossas projeções", diz.
Segundo o órgão, a temperatura média poderá aumentar entre 1,5ºC e 6ºC até 2100, e o nível dos oceanos poderá subir até 75 centímetros. Para países como Holanda ou Bangladesh, essa elevação traria consequências desastrosas, como perda de área agricultável, salinização de fontes de água doce e necessidade de remoção de milhões de pessoas que hoje vivem em áreas no nível do mar.
O acúmulo de gases tem crescido na atmosfera porque, enquanto o protocolo não é ratificado, os países desenvolvidos têm aumentado suas emissões.
Só 30 nações o fizeram até agora, todas elas em desenvolvimento e, por isso, sem metas fixadas de redução.
Até 1998, os EUA haviam emitido 22% mais gases que em 1990. O Canadá, 17% a mais. A Espanha havia aumentado suas emissões em 23% e a Suécia, em 32%.
Mas Watson não considera o protocolo inútil: "A ratificação seria um primeiro passo importante. Reduções maiores seriam discutidas posteriormente".
O jornalista Marcelo Teixeira viajou para Haia a convite da Fundação Alemã para o Desenvolvimento Internacional
Cientista diz que meta para reduzir emissão de gases é insuficiente
MARCELO TEIXEIRAespecial para a Folha de S.Paulo, em Haia
As reduções nas emissões de gases que causam o efeito estufa previstas no Protocolo de Kyoto terão uma influência muito pequena no atual processo de aquecimento da Terra, segundo um painel de cientistas de vários países que é responsável por apurar os efeitos da mudança climática.
De acordo com o protocolo assinado em 1997, mas ainda não ratificado, os países industrializados deverão, até 2012, reduzir em média 5% as emissões de gases-estufa lançados na atmosfera, em relação aos níveis de 1990.
"Caso o protocolo seja realmente implementado, ele terá um efeito apenas marginal sobre a mudança do clima. Para que conseguíssemos evitar o contínuo aquecimento da Terra, seriam necessárias reduções entre 50% e 70% nas emissões", afirmou Robert Watson, presidente do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC, em inglês).
Watson participa da 6ª Conferência das Partes (COP-6) da Convenção de Mudança Climática, que vai até dia 24, em Haia. Ele informou que o aumento das emissões nos últimos anos modificou as estimativas sobre aquecimento e elevação dos níveis dos oceanos: "Nós quase dobramos nossas projeções", diz.
Segundo o órgão, a temperatura média poderá aumentar entre 1,5ºC e 6ºC até 2100, e o nível dos oceanos poderá subir até 75 centímetros. Para países como Holanda ou Bangladesh, essa elevação traria consequências desastrosas, como perda de área agricultável, salinização de fontes de água doce e necessidade de remoção de milhões de pessoas que hoje vivem em áreas no nível do mar.
O acúmulo de gases tem crescido na atmosfera porque, enquanto o protocolo não é ratificado, os países desenvolvidos têm aumentado suas emissões.
Só 30 nações o fizeram até agora, todas elas em desenvolvimento e, por isso, sem metas fixadas de redução.
Até 1998, os EUA haviam emitido 22% mais gases que em 1990. O Canadá, 17% a mais. A Espanha havia aumentado suas emissões em 23% e a Suécia, em 32%.
Mas Watson não considera o protocolo inútil: "A ratificação seria um primeiro passo importante. Reduções maiores seriam discutidas posteriormente".
O jornalista Marcelo Teixeira viajou para Haia a convite da Fundação Alemã para o Desenvolvimento Internacional
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