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19/04/2004
-
03h47
da Folha de S.Paulo
Embora tenha sido inspirada por um experimento que tentou medir (sem sucesso) variações na velocidade da luz causadas pelo movimento da Terra, no final do século 19, a relatividade de Einstein é notavelmente avessa a verificações experimentais. Não é à toa que o físico gostava de recorrer a "experimentos mentais" para demonstrar a lógica da teoria.
Para decifrar a matemática envolvida na relatividade, Einstein usou como "guia" uma pequena variação na órbita de Mercúrio que não condizia com as predições da gravitação newtoniana. Só se satisfez com as equações quando elas deram a resposta correta.
Faltava à teoria, no entanto, prever um fenômeno ainda não observado. A ocasião surgiu em 1919, quando um eclipse solar permitiria que os astrônomos observassem pequenas variações nas posições de algumas estrelas causadas pela passagem da luz emitida por elas pelas redondezas do campo gravitacional do Sol.
Uma expedição liderada pelo astrônomo britânico Arthur Eddington, que contou até mesmo com observações no Brasil, confirmou a previsão da relatividade, inaugurando uma série de sucessos observacionais da teoria.
Mas a imensa maioria dos efeitos já observados desde então segue o mesmo padrão --depende de fenômenos distantes e exóticos para se fazer visível. A Gravity Probe B é vista como um salto nesse sentido, pois pela primeira vez um experimento controlado --e não uma observação astronômica-- testará a teoria.
Teoria da Relatividade desafia esforços experimentais
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Embora tenha sido inspirada por um experimento que tentou medir (sem sucesso) variações na velocidade da luz causadas pelo movimento da Terra, no final do século 19, a relatividade de Einstein é notavelmente avessa a verificações experimentais. Não é à toa que o físico gostava de recorrer a "experimentos mentais" para demonstrar a lógica da teoria.
Para decifrar a matemática envolvida na relatividade, Einstein usou como "guia" uma pequena variação na órbita de Mercúrio que não condizia com as predições da gravitação newtoniana. Só se satisfez com as equações quando elas deram a resposta correta.
Faltava à teoria, no entanto, prever um fenômeno ainda não observado. A ocasião surgiu em 1919, quando um eclipse solar permitiria que os astrônomos observassem pequenas variações nas posições de algumas estrelas causadas pela passagem da luz emitida por elas pelas redondezas do campo gravitacional do Sol.
Uma expedição liderada pelo astrônomo britânico Arthur Eddington, que contou até mesmo com observações no Brasil, confirmou a previsão da relatividade, inaugurando uma série de sucessos observacionais da teoria.
Mas a imensa maioria dos efeitos já observados desde então segue o mesmo padrão --depende de fenômenos distantes e exóticos para se fazer visível. A Gravity Probe B é vista como um salto nesse sentido, pois pela primeira vez um experimento controlado --e não uma observação astronômica-- testará a teoria.
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