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21/04/2004
-
18h14
da Folha Online
Um grupo de cientistas japoneses e coreanos conseguiu criar um camundongo apenas com material genético de óvulos.
Segundo artigo publicado na revista "Nature", o grupo chefiado por Tomohiro Kono, da Universidade de Agricultura de Tóquio, combinou o núcleo do óvulo de uma fêmea recém-nascida a um óvulo maduro, criando um camundongo --também fêmea, é claro-- de duas mães.
Antes de chegar ao resultado, os cientistas utilizaram 457 óvulos. Apenas oito camundongos nasceram, e somente um chegou à idade adulta.
O animal, batizado de Kaguya, agora está com 14 meses de idade, é saudável e já teve sua própria cria --por métodos tradicionais.
Partenogênese
O processo pelo qual um óvulo inicia seu desenvolvimento sem fertilização é chamado partenogênese. Embora só precise de uma única mãe, o processo é comum na natureza em alguns peixes, sapos, insetos e, ocasionalmente, em algumas aves.
Porém, até agora, ninguém havia conseguido com que um óvulo de mamífero desse origem a outro indivíduo sem a contribuição masculina.
Isso acontece porque, embora espermatozóides e óvulos carreguem material genético semelhante, há uma competição para decidir qual vai fornecer cada gene ativo no descendente. Esta "disputa", a qual os cientistas chamam de estampagem, não acontece de forma correta na partenogênese de mamíferos, o que inviabiliza o crescimento do feto.
Para driblar o problema, a equipe de Kono utilizou os cromossomos do óvulo de um camundongo recém-nascido geneticamente modificado. Este animal sofreu alterações nos genes H19 e Igf2, ambos relacionados ao crescimento fetal.
Depois, o material genético foi introduzido em um óvulo maduro de outra fêmea para criar o embrião.
Segundo Kono, a técnica forneceu um padrão genético ativo similar ao de um espermatozóide. Para ele, o estudo ainda fornece evidências de que, nos mamíferos, a estampagem bloqueia a partenogênese para assegurar que um óvulo não se desenvolva sem o material genético do macho.
Cientistas criam camundongo de duas mães
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Um grupo de cientistas japoneses e coreanos conseguiu criar um camundongo apenas com material genético de óvulos.
Segundo artigo publicado na revista "Nature", o grupo chefiado por Tomohiro Kono, da Universidade de Agricultura de Tóquio, combinou o núcleo do óvulo de uma fêmea recém-nascida a um óvulo maduro, criando um camundongo --também fêmea, é claro-- de duas mães.
Antes de chegar ao resultado, os cientistas utilizaram 457 óvulos. Apenas oito camundongos nasceram, e somente um chegou à idade adulta.
O animal, batizado de Kaguya, agora está com 14 meses de idade, é saudável e já teve sua própria cria --por métodos tradicionais.
Partenogênese
O processo pelo qual um óvulo inicia seu desenvolvimento sem fertilização é chamado partenogênese. Embora só precise de uma única mãe, o processo é comum na natureza em alguns peixes, sapos, insetos e, ocasionalmente, em algumas aves.
Porém, até agora, ninguém havia conseguido com que um óvulo de mamífero desse origem a outro indivíduo sem a contribuição masculina.
Isso acontece porque, embora espermatozóides e óvulos carreguem material genético semelhante, há uma competição para decidir qual vai fornecer cada gene ativo no descendente. Esta "disputa", a qual os cientistas chamam de estampagem, não acontece de forma correta na partenogênese de mamíferos, o que inviabiliza o crescimento do feto.
Para driblar o problema, a equipe de Kono utilizou os cromossomos do óvulo de um camundongo recém-nascido geneticamente modificado. Este animal sofreu alterações nos genes H19 e Igf2, ambos relacionados ao crescimento fetal.
Depois, o material genético foi introduzido em um óvulo maduro de outra fêmea para criar o embrião.
Segundo Kono, a técnica forneceu um padrão genético ativo similar ao de um espermatozóide. Para ele, o estudo ainda fornece evidências de que, nos mamíferos, a estampagem bloqueia a partenogênese para assegurar que um óvulo não se desenvolva sem o material genético do macho.
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