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21/11/2000
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08h40
Num movimento que pode desanuviar o futuro de um tratado sobre a mudança climática, negociadores norte-americanos em Haia disseram que os EUA estariam dispostos a limitar o uso de projetos florestais para alcançar sua meta de redução de gases que causam o efeito estufa. As informações são do "New York Times".
A nova posição, indicada em meio ao recrudescimento das críticas da Europa e de organizações ambientalistas aos Estados Unidos, surgiu no fim-de-semana, a meio caminho das duas semanas de negociações para estabelecer os detalhes do tratado, conhecido como Protocolo de Kyoto.
As regras e os meios para alcançar as metas fixadas no protocolo nunca foram decididos. A reunião de Haia, ou Sexta Conferência das Partes, foi convocada com esse objetivo.
Muitos dos desacordos nessa negociação crucial estiveram focalizados sobre a questão das florestas como "sumidouros", nos quais o dióxido de carbônico (CO2, ou gás carbônico) produzido na queima de combustíveis fósseis e de florestas é removido pelas árvores, que o armazenam na forma de madeira e raízes.
Os Estados Unidos, de longe o maior emissor de gases-estufa do planeta, calculam que suas vastas florestas, ao absorverem 300 milhões de toneladas por ano de CO2, poderiam ajudar a cumprir metade da meta assumida pelo país no protocolo.
Os EUA têm de reduzir em 7% suas emissões até 2012, em relação aos níveis de 1990. Querem também obter crédito por investir na preservação de florestas e em projetos de reflorestamento em outros países.
A Europa, povoada demais para contar com florestas, e muitos grupos ambientalistas dizem que dar créditos para o incremento florestal permitiria aos EUA e a outros países grandes com florestas cumprirem suas metas sem muito esforço.
Ou seja, sem realizar a tarefa _muito mais dura e cara_ de reduzir os gases-estufa na fonte: seus próprios canos de escapamento e chaminés.
"Essa é uma bela boca-livre para os EUA, um salvo-conduto como nunca foi visto", disse Kert Davies, representante do Greenpeace dos EUA nas negociações.
Para dobrar o Senado
Frank Loy, principal negociador norte-americano, afirmou que as florestas são um dos muitos componentes do protocolo essenciais para um acordo que seja eficaz para o clima e economicamente eficiente. Seriam também um modo de satisfazer o reticente Senado dos EUA, do qual depende a ratificação do tratado.
Outros negociadores norte-americanos disseram que estão dispostos a ceder na questão de quanto carbono absorvido em florestas cada país poderia receber como crédito. Segundo um membro da delegação, o país estaria preparado a descontar algumas toneladas daquelas que ganharia com os sumidouros.
Norte-americanos tentam criar compromisso com efeito estufa
da Folha de S.PauloNum movimento que pode desanuviar o futuro de um tratado sobre a mudança climática, negociadores norte-americanos em Haia disseram que os EUA estariam dispostos a limitar o uso de projetos florestais para alcançar sua meta de redução de gases que causam o efeito estufa. As informações são do "New York Times".
A nova posição, indicada em meio ao recrudescimento das críticas da Europa e de organizações ambientalistas aos Estados Unidos, surgiu no fim-de-semana, a meio caminho das duas semanas de negociações para estabelecer os detalhes do tratado, conhecido como Protocolo de Kyoto.
As regras e os meios para alcançar as metas fixadas no protocolo nunca foram decididos. A reunião de Haia, ou Sexta Conferência das Partes, foi convocada com esse objetivo.
Muitos dos desacordos nessa negociação crucial estiveram focalizados sobre a questão das florestas como "sumidouros", nos quais o dióxido de carbônico (CO2, ou gás carbônico) produzido na queima de combustíveis fósseis e de florestas é removido pelas árvores, que o armazenam na forma de madeira e raízes.
Os Estados Unidos, de longe o maior emissor de gases-estufa do planeta, calculam que suas vastas florestas, ao absorverem 300 milhões de toneladas por ano de CO2, poderiam ajudar a cumprir metade da meta assumida pelo país no protocolo.
Os EUA têm de reduzir em 7% suas emissões até 2012, em relação aos níveis de 1990. Querem também obter crédito por investir na preservação de florestas e em projetos de reflorestamento em outros países.
A Europa, povoada demais para contar com florestas, e muitos grupos ambientalistas dizem que dar créditos para o incremento florestal permitiria aos EUA e a outros países grandes com florestas cumprirem suas metas sem muito esforço.
Ou seja, sem realizar a tarefa _muito mais dura e cara_ de reduzir os gases-estufa na fonte: seus próprios canos de escapamento e chaminés.
"Essa é uma bela boca-livre para os EUA, um salvo-conduto como nunca foi visto", disse Kert Davies, representante do Greenpeace dos EUA nas negociações.
Para dobrar o Senado
Frank Loy, principal negociador norte-americano, afirmou que as florestas são um dos muitos componentes do protocolo essenciais para um acordo que seja eficaz para o clima e economicamente eficiente. Seriam também um modo de satisfazer o reticente Senado dos EUA, do qual depende a ratificação do tratado.
Outros negociadores norte-americanos disseram que estão dispostos a ceder na questão de quanto carbono absorvido em florestas cada país poderia receber como crédito. Segundo um membro da delegação, o país estaria preparado a descontar algumas toneladas daquelas que ganharia com os sumidouros.
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