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28/04/2004
-
15h38
da France Presse, em Paris (França)
Os homens de Neandertal constituem efetivamente uma espécie à parte na história dos hominídeos, diferente da dos homens modernos (Homo sapiens), afirmam dois cientistas na edição de hoje da revista "Nature", após um estudo comparativo dos dentes de vários fósseis.
Fernando Ramírez Rozzi, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas de Paris, e José María Bermúdez de Castro, do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madri, afirmam que o crescimento do Neandertal, detectável nos dentes, era mais rápido--: eles atingiam a idade adulta aos 15 anos de idade. Por outro lado, os indivíduos da nossa espécie se tornam adultos na faixa de 18 a 20 anos.
O crescimento dentário está estreitamente vinculado ao desenvolvimento geral do indivíduo. Portanto, o estudo permite calcular o tipo de crescimento característico de cada espécie. O esmalte dentário cresce em camadas sucessivas. Essas camadas formam microestrias, as chamadas "estrias de Retzius", que ficam visíveis na parte externa de cada dente, em depressões sucessivas.
Ritmo diferente
Os cientistas examinaram dentes fósseis anteriores de várias espécies de hominídeos --Homo antecessor (6 dentes, de 800 mil anos idade, Homo heidelbergensis (106 dentes, de 500 mil a 400 mil anos), Homo neanderthalensis (146 dentes, de 130 mil a 28 mil anos) e Homo sapiens (cem dentes de 20 mil a 8.000 anos).
No Homo sapiens, o crescimento do esmalte dental, depois da formação da metade superior da arcada dentária, é lenta. Em conseqüência disso, na parte inferior as estrias são muito próximas. Por outro lado, estas estrias estão bem separadas nos dentes de Neandertal.
Paradoxalmente, os dentes das espécies mais antigas (Homo antecessor e Homo heidelbergensis) se assemelham aos do Homo sapiens. Seu crescimento também era mais lento do que nos dentes do Homo neanderthalensis.
Sumiço ou mistura?
Desde sua descoberta, em 1856, o homem de Neandertal representa um enigma para os cientistas. A espécie desapareceu, sendo substituída pelo homem moderno, o Homo sapiens, ou as duas espécies se mesclaram. O debate entre os cientistas ainda não foi concluído.
Segundo os autores da pesquisa publicada pela "Nature", o estudo comparado do crescimento dentário das duas espécies demonstra, mais do que as diferenças morfológicas entre ambas ou a descontinuidade genética comprovadas em trabalhos recentes, que o homem de Neandertal constitui, de fato, uma espécie à parte: seus integrantes não conseguiram se reproduzir quando se afastaram de outros grupos.
"Os neandertais, que têm uma capacidade craniana superior à de todos os outros hominídeos, se caracterizam por um curto período de desenvolvimento dentário, formando sua coroa dental 15% mais rápido do que os homens modernos", resume Fernando Ramírez Rozzi.
Neandertal e Homo sapiens são efetivamente espécies distintas
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Os homens de Neandertal constituem efetivamente uma espécie à parte na história dos hominídeos, diferente da dos homens modernos (Homo sapiens), afirmam dois cientistas na edição de hoje da revista "Nature", após um estudo comparativo dos dentes de vários fósseis.
Fernando Ramírez Rozzi, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas de Paris, e José María Bermúdez de Castro, do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madri, afirmam que o crescimento do Neandertal, detectável nos dentes, era mais rápido--: eles atingiam a idade adulta aos 15 anos de idade. Por outro lado, os indivíduos da nossa espécie se tornam adultos na faixa de 18 a 20 anos.
O crescimento dentário está estreitamente vinculado ao desenvolvimento geral do indivíduo. Portanto, o estudo permite calcular o tipo de crescimento característico de cada espécie. O esmalte dentário cresce em camadas sucessivas. Essas camadas formam microestrias, as chamadas "estrias de Retzius", que ficam visíveis na parte externa de cada dente, em depressões sucessivas.
Ritmo diferente
Os cientistas examinaram dentes fósseis anteriores de várias espécies de hominídeos --Homo antecessor (6 dentes, de 800 mil anos idade, Homo heidelbergensis (106 dentes, de 500 mil a 400 mil anos), Homo neanderthalensis (146 dentes, de 130 mil a 28 mil anos) e Homo sapiens (cem dentes de 20 mil a 8.000 anos).
No Homo sapiens, o crescimento do esmalte dental, depois da formação da metade superior da arcada dentária, é lenta. Em conseqüência disso, na parte inferior as estrias são muito próximas. Por outro lado, estas estrias estão bem separadas nos dentes de Neandertal.
Paradoxalmente, os dentes das espécies mais antigas (Homo antecessor e Homo heidelbergensis) se assemelham aos do Homo sapiens. Seu crescimento também era mais lento do que nos dentes do Homo neanderthalensis.
Sumiço ou mistura?
Desde sua descoberta, em 1856, o homem de Neandertal representa um enigma para os cientistas. A espécie desapareceu, sendo substituída pelo homem moderno, o Homo sapiens, ou as duas espécies se mesclaram. O debate entre os cientistas ainda não foi concluído.
Segundo os autores da pesquisa publicada pela "Nature", o estudo comparado do crescimento dentário das duas espécies demonstra, mais do que as diferenças morfológicas entre ambas ou a descontinuidade genética comprovadas em trabalhos recentes, que o homem de Neandertal constitui, de fato, uma espécie à parte: seus integrantes não conseguiram se reproduzir quando se afastaram de outros grupos.
"Os neandertais, que têm uma capacidade craniana superior à de todos os outros hominídeos, se caracterizam por um curto período de desenvolvimento dentário, formando sua coroa dental 15% mais rápido do que os homens modernos", resume Fernando Ramírez Rozzi.
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