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29/04/2004 - 15h19

Ampliação da UE representa risco para animais ameaçados

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da France Presse, em Paris (França)

A ampliação da UE (União Européia) abre para os traficantes de espécies ameaçadas um mercado de 450 milhões de consumidores em potencial distribuídos por 25 países, segundo um relatório publicado nesta quinta-feira pelo Traffic, programa conjunto das ONGs (organizações não-governamentais) ambientalistas WWF e União Mundial para a Natureza.

O programa tem como objetivo cuidar para que o comércio de animais e plantas selvagens não prejudique a conservação da natureza.

A UE já é um mercado florescente para o comércio de animais e de plantas selvagens, lembrou o relatório, destacando que o bloco importou legalmente, entre 1996 e 2002, 6 milhões de pássaros, 1,5 milhão de répteis vivos, 10 milhões de pele de répteis, 21 milhões de orquídeas e 572 toneladas de caviar de esturjão.

Estas importações são feitas dentro de duas regras, a da Cites (convenção sobre o comércio internacional de espécies ameaçadas) e a da UE.

Os antigos países do bloco do Leste --e futuros integrantes da UE-- desempenharam um papel de "base de trânsito" do comércio da fauna e a flora selvagens, informa o relatório, destacando que 70% dos répteis exportados legalmente por esses países têm como destino o bloco europeu.

O trabalho ainda destaca que o comércio legal é o rosto visível de um comércio irregular que as apreensões nas alfândegas permitem apreciar a dimensão.

Segundo o relatório do Traffic, 20.114 animais e 17.420 plantas foram confiscados em 2002 na Alemanha, 9.369 animais e 10 mil plantas na Polônia, por exemplo. O texto destaca que os países não estão obrigados a comunicar suas informações nem à Cites nem à Comissão Européia.

Os países que integrarão a UE em 1º de maio confiscaram nos últimos anos quantidades crescentes de répteis e de papagaios protegidos. Por exemplo, entre 2000 e 2002, 248 papagaios foram confiscados na República Tcheca e 172 em Eslováquia. Vários exemplares de uma espécie em grave perigo de extinção --o papagaio amazônico de Santa Lúcia-- foram confiscados na República Tcheca. A população total deste tipo de ave, que vive unicamente nessa ilha do Caribe, é estimada entre 300 e 350 exemplares.

O relatório cita também depoimentos sobre o tráfico nesses países das tartarugas protegidas de Madagascar (Geochelone yniphora) e das tartarugas Kleinmann.

Com sua integração à UE, esses países terão que acatar a regulamentação européia, mais estrita em muitos aspectos do que a da Cites. Mas o relatório teme que a ampliação seja a ocasião de regularizar centenas de animais e plantas protegidas importadas ilegalmente nos últimos anos.

A partir de 1º de maio, as fronteiras do leste da UE aumentarão em um terço, e serão controladas por sete países, em vez de três atualmente.

Chipre, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Eslováquia, Eslovênia e a República Checa integrarão oficialmente a UE a partir deste sábado.

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