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27/05/2004 - 17h04

Especialistas elevam alerta sobre epidemia de obesidade

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da France Presse, em Praga (República Tcheca)

Uma ação urgente é necessária para combater o aumento alarmante dos níveis de obesidade, particularmente entre as crianças, alertaram especialistas.

Em discurso na abertura do Congresso Europeu sobre Obesidade, em Praga, Philip James, presidente da Força-Tarefa Internacional contra a Obesidade, disse que a maior preocupação é com o rápido aumento do número de jovens acima do peso.

"Sem dúvida a crise começa na infância. Se as crianças entrarem na idade adulta obesas, elas terão um risco muito maior de morrer precocemente", afirmou James.

Pessoas que são obesas aos 40 anos correm um risco de morrer sete anos mais cedo do que aquelas que não têm a doença, acrescentou James. Se a obesidade se somar ao tabagismo, a expectativa de vida pode ser reduzida em até 14 anos.

O aumento do sedentarismo, bem como a adoção de dietas pouco saudáveis contribuíram para a disseminação da obesidade em todo o mundo. Hoje, até uma em cada quatro mulheres, um em cada cinco homens e uma em cada 10 crianças são consideradas obesas.

Ações

Peter Kopelman, presidente da Associação Européia para o Estudo da Obesidade, aconselha governos e profissionais de saúde a trabalharem com o público disseminando a mensagem de forma simples e compreensível.

Um sistema simples de embalagens coloridas de alimentos pode ter um papel importante no combate à obesidade e dos problemas de saúde correlatos, agindo da mesma forma que os alertas contidos em maços de cigarro e campanhas para o uso de cintos de segurança, sugeriu o especialista.

"Se não fizermos algo rápido logo, pagaremos um enorme preço com as complicações médicas causadas pela obesidade. Mas o problema pode ser enfrentado com a simples mudança de estilo de vida", afirmou.

Gastar apenas um euro por pessoa na pesquisa sobre obesidade pode fazer uma enorme diferença no combate à doença na União Européia, afirmou Claude Bouchard, presidente da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade.

Tal investimento elevaria para quase meio bilhão de euros por ano os recursos para o desenvolvimento das pesquisas necessárias.

"A obesidade é uma forte candidata a se tornar o problema de saúde número um enfrentado pela humanidade", alertou.

Herança comunista

Países da Europa central e do leste têm taxas de obesidade particularmente altas. Isto se deve à adoção de dietas menos saudáveis, da época do regime comunista, e ao crescimento do sedentarismo desde a queda do regime.

Na antiga Iugoslávia, as taxas de obesidade chegam a 40%. Depois daquele país, os níveis mais altos de obesidade foram registrados na Grécia, Romênia e República Tcheca.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) culpou a adoção de dietas pouco saudáveis e a falta de exercícios por 47% dos casos de doenças crônicas no mundo, como as cardiovasculares, diabetes e câncer, e por cerca de 60% das mortes.
 

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