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16/06/2004
-
11h02
da Folha Online
O órgão britânico responsável pelo controle de pesquisas reprodutivas informou nesta quarta-feira que vai avaliar o primeiro pedido de licença do Reino Unido para a clonagem de embriões humanos para fins terapêuticos.
Um grupo de cientistas da Universidade Newcastle solicitou à Autoridade em Embriologia e Fertilização Humana permissão para criar embriões clonados dos quais pretende extrair células-tronco para pesquisas médicas. A intenção é criar células produtoras de insulina que seriam transplantadas em pacientes diabéticos.
O comitê de pesquisa do órgão regulador vai se reunir nesta quarta-feira para considerar o pedido, mas não deve fazer um anúncio imediato de sua decisão.
Legislação
Em 2001, o Reino Unido se tornou o primeiro país a legalizar a clonagem terapêutica. Os cientistas interessados nesta área de pesquisa, entretanto, devem solicitar permissão à Autoridade em Embriologia e Fertilização Humana que, até agora, nunca emitiu uma licença.
Pela legislação, os embriões clonados só podem se desenvolver até o 14º dia e devem ser utilizados apenas com o propósito de extrair células-tronco.
A intenção dos cientistas da Universidade Newcastle é clonar embriões inserindo o material genético de células da pele de pacientes em óvulos doados. Dessa maneira, o implante de células-tronco --que, teoricamente, têm potencial para se desenvolver em qualquer tecido do corpo humano-- teria menor chance de rejeição.
"Ainda é necessário de cinco a dez anos até que possamos pensar em ter uma cura disponível [para o diabetes]", declarou a pesquisadora Alison Murdoch, da Universidade Newcastle, à rádio BBC. "Mas temos que começar de algum ponto e isto é tão promissor que não podemos permitir que não aconteça."
Oposição
Oponentes da clonagem terapêutica estão tentando minar o pedido da Newcastle, argumentando que a pesquisa, eventualmente, poderia ser desviada para a criação de clones humanos --algo ilegal no Reino Unido.
"Esta pesquisa é um desperdício de dinheiro público e atropela importantes questões éticas", disse David King, um biólogo molecular que encabeça o grupo anti-clonagem Genética Humana Alerta. "É muito improvável que se produza qualquer coisa útil para a medicina. Mas seria uma grande ajuda para aqueles que desejam criar bebês clonados", acredita.
Ano passado, pesquisadores do Instituto Roslin --onde foi criada a ovelha Dolly-- obtiveram uma licença para realizar pesquisas com células-tronco extraídas de embriões descartados por clínicas de fertilização in vitro. Em abril, o instituto anunciou que estava considerando solicitar permissão para a clonagem terapêutica.
Em fevereiro, um grupo de pesquisadores da Coréia do Sul relatou ter realizado a primeira clonagem de um embrião humano e conseguido extrair células-tronco.
Com Associated Press
Especial
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Cientistas britânicos pedem autorização para clonagem de embriões
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O órgão britânico responsável pelo controle de pesquisas reprodutivas informou nesta quarta-feira que vai avaliar o primeiro pedido de licença do Reino Unido para a clonagem de embriões humanos para fins terapêuticos.
Um grupo de cientistas da Universidade Newcastle solicitou à Autoridade em Embriologia e Fertilização Humana permissão para criar embriões clonados dos quais pretende extrair células-tronco para pesquisas médicas. A intenção é criar células produtoras de insulina que seriam transplantadas em pacientes diabéticos.
O comitê de pesquisa do órgão regulador vai se reunir nesta quarta-feira para considerar o pedido, mas não deve fazer um anúncio imediato de sua decisão.
Legislação
Em 2001, o Reino Unido se tornou o primeiro país a legalizar a clonagem terapêutica. Os cientistas interessados nesta área de pesquisa, entretanto, devem solicitar permissão à Autoridade em Embriologia e Fertilização Humana que, até agora, nunca emitiu uma licença.
Pela legislação, os embriões clonados só podem se desenvolver até o 14º dia e devem ser utilizados apenas com o propósito de extrair células-tronco.
A intenção dos cientistas da Universidade Newcastle é clonar embriões inserindo o material genético de células da pele de pacientes em óvulos doados. Dessa maneira, o implante de células-tronco --que, teoricamente, têm potencial para se desenvolver em qualquer tecido do corpo humano-- teria menor chance de rejeição.
"Ainda é necessário de cinco a dez anos até que possamos pensar em ter uma cura disponível [para o diabetes]", declarou a pesquisadora Alison Murdoch, da Universidade Newcastle, à rádio BBC. "Mas temos que começar de algum ponto e isto é tão promissor que não podemos permitir que não aconteça."
Oposição
Oponentes da clonagem terapêutica estão tentando minar o pedido da Newcastle, argumentando que a pesquisa, eventualmente, poderia ser desviada para a criação de clones humanos --algo ilegal no Reino Unido.
"Esta pesquisa é um desperdício de dinheiro público e atropela importantes questões éticas", disse David King, um biólogo molecular que encabeça o grupo anti-clonagem Genética Humana Alerta. "É muito improvável que se produza qualquer coisa útil para a medicina. Mas seria uma grande ajuda para aqueles que desejam criar bebês clonados", acredita.
Ano passado, pesquisadores do Instituto Roslin --onde foi criada a ovelha Dolly-- obtiveram uma licença para realizar pesquisas com células-tronco extraídas de embriões descartados por clínicas de fertilização in vitro. Em abril, o instituto anunciou que estava considerando solicitar permissão para a clonagem terapêutica.
Em fevereiro, um grupo de pesquisadores da Coréia do Sul relatou ter realizado a primeira clonagem de um embrião humano e conseguido extrair células-tronco.
Com Associated Press
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