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21/06/2004
-
05h38
SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo
No deserto californiano de Mojave, num pequeno aeroporto 105 km ao norte de Los Angeles, um grupo de engenheiros e o piloto americano Mike Melvill, 62, tentam na manhã de hoje um feito histórico: lançar a primeira nave particular tripulada ao espaço.
O esforço é obra do engenheiro aeroespacial Burt Rutan, já famoso no meio por suas criações bem-sucedidas. Foi ele o criador do primeiro avião a dar a volta no mundo sem reabastecer, o Voyager, em 1986. E agora Rutan pode se tornar o "pai" da exploração espacial por entidades privadas.
O financiamento do projeto, chamado Tier One, veio de Paul Allen, magnata co-fundador da Microsoft que tem se aventurado em uma série de empreendimentos quase filantrópicos, como a construção de um conjunto de antenas parabólicas para a busca de sinais de rádio enviados por inteligências alienígenas.
Estima-se que o dinheiro gasto em pesquisa e desenvolvimento durante o desenvolvimento do Tier One tenha girado em torno dos US$ 50 milhões.
Pode parecer muito, mas é bem menos do que a Nasa (ou qualquer outra agência espacial governamental) gasta no desenvolvimento de um veículo espacial --ainda mais considerando que é uma nave tripulada. A idéia é provar a viabilidade da exploração espacial a custo baixo.
Prêmio X
Salvo algum acidente de percurso, Rutan e sua equipe, da companhia Scaled Composites, devem sair vencedores do Prêmio X Ansari --iniciativa que promoveu uma verdadeira corrida espacial privada entre 27 equipes, distribuídas por vários países.
Criado pelo americano Peter Diamandis, o Prêmio X foi inspirado pela história da aviação. Sua criação se deu nos moldes do Prêmio Orteig, que em 1927 motivou o aviador Charles Lindbergh a atravessar o Atlântico em seu Spirit of St. Louis, indo de Nova York a Paris sem escalas.
No caso da premiação espacial, ela dará US$ 10 milhões ao grupo que conseguir lançar uma nave espacial reutilizável com capacidade para três tripulantes a uma altitude de cem quilômetros (fronteira espacial convencionada, uma vez que a transição da atmosfera para o vácuo é gradual), por duas vezes, num período de duas semanas.
O lançamento de hoje é a primeira tentativa de atingir a altitude necessária para vencer o prêmio, mas ainda não é um esforço oficial no sentido de disputá-lo. Caso tudo corra bem, aí sim a Scaled vai anunciar a data de sua tentativa de levar a bolada.
É a primeira vez que a companhia de Rutan anuncia antecipadamente um vôo de sua nave, a SpaceShipOne. E a iniciativa está provocando alvoroço na pequena localidade de Mojave, no deserto californiano. Seu aeroporto, próximo à Base Edwards, da Força Aérea americana, já era famoso por abrigar equipes de pesquisa e testes de aeronaves civis. Mas o que deve acontecer hoje já está até sendo chamado de "Woodstock espacial".
Haverá uma série de eventos, antes e depois do lançamento. Os poucos motéis e hotéis da região estão com dificuldade para absorver o movimento. E o pessoal do aeroporto local está preparando procedimentos especiais para sua conversão temporária em "espaçoporto".
"Aterrissar a SpaceShipOne em segurança é a prioridade número um em nossas mentes", disse o diretor do aeroporto, Bob Rice, ao site Space.com. "Estamos lidando com locais de estacionamento agora. Só podemos estacionar uma montanha pequena de carros. Temos planos para tudo. E, sim, haverá camisetas."
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No deserto californiano de Mojave, num pequeno aeroporto 105 km ao norte de Los Angeles, um grupo de engenheiros e o piloto americano Mike Melvill, 62, tentam na manhã de hoje um feito histórico: lançar a primeira nave particular tripulada ao espaço.
O esforço é obra do engenheiro aeroespacial Burt Rutan, já famoso no meio por suas criações bem-sucedidas. Foi ele o criador do primeiro avião a dar a volta no mundo sem reabastecer, o Voyager, em 1986. E agora Rutan pode se tornar o "pai" da exploração espacial por entidades privadas.
O financiamento do projeto, chamado Tier One, veio de Paul Allen, magnata co-fundador da Microsoft que tem se aventurado em uma série de empreendimentos quase filantrópicos, como a construção de um conjunto de antenas parabólicas para a busca de sinais de rádio enviados por inteligências alienígenas.
Estima-se que o dinheiro gasto em pesquisa e desenvolvimento durante o desenvolvimento do Tier One tenha girado em torno dos US$ 50 milhões.
Pode parecer muito, mas é bem menos do que a Nasa (ou qualquer outra agência espacial governamental) gasta no desenvolvimento de um veículo espacial --ainda mais considerando que é uma nave tripulada. A idéia é provar a viabilidade da exploração espacial a custo baixo.
Prêmio X
Salvo algum acidente de percurso, Rutan e sua equipe, da companhia Scaled Composites, devem sair vencedores do Prêmio X Ansari --iniciativa que promoveu uma verdadeira corrida espacial privada entre 27 equipes, distribuídas por vários países.
Criado pelo americano Peter Diamandis, o Prêmio X foi inspirado pela história da aviação. Sua criação se deu nos moldes do Prêmio Orteig, que em 1927 motivou o aviador Charles Lindbergh a atravessar o Atlântico em seu Spirit of St. Louis, indo de Nova York a Paris sem escalas.
No caso da premiação espacial, ela dará US$ 10 milhões ao grupo que conseguir lançar uma nave espacial reutilizável com capacidade para três tripulantes a uma altitude de cem quilômetros (fronteira espacial convencionada, uma vez que a transição da atmosfera para o vácuo é gradual), por duas vezes, num período de duas semanas.
O lançamento de hoje é a primeira tentativa de atingir a altitude necessária para vencer o prêmio, mas ainda não é um esforço oficial no sentido de disputá-lo. Caso tudo corra bem, aí sim a Scaled vai anunciar a data de sua tentativa de levar a bolada.
É a primeira vez que a companhia de Rutan anuncia antecipadamente um vôo de sua nave, a SpaceShipOne. E a iniciativa está provocando alvoroço na pequena localidade de Mojave, no deserto californiano. Seu aeroporto, próximo à Base Edwards, da Força Aérea americana, já era famoso por abrigar equipes de pesquisa e testes de aeronaves civis. Mas o que deve acontecer hoje já está até sendo chamado de "Woodstock espacial".
Haverá uma série de eventos, antes e depois do lançamento. Os poucos motéis e hotéis da região estão com dificuldade para absorver o movimento. E o pessoal do aeroporto local está preparando procedimentos especiais para sua conversão temporária em "espaçoporto".
"Aterrissar a SpaceShipOne em segurança é a prioridade número um em nossas mentes", disse o diretor do aeroporto, Bob Rice, ao site Space.com. "Estamos lidando com locais de estacionamento agora. Só podemos estacionar uma montanha pequena de carros. Temos planos para tudo. E, sim, haverá camisetas."
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