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22/06/2004 - 12h21

Célula-tronco entra na pauta da campanha eleitoral dos EUA

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da France Presse, em Washington (EUA)

A ciência se tornou um tema de controvérsia na campanha eleitoral norte-americana, já que muitos cientistas criticam o presidente George W. Bush por ter restringido as pesquisas com células-tronco embrionárias e o acusam de manipular o tema com objetivos políticos.

Para marcar sua desaprovação à política científica da administração Bush, 48 prêmios Nobel anunciaram na segunda-feira seu apoio ao candidato democrata na eleição presidencial de novembro, John Kerry.

"Bush e sua administração comprometem o futuro dos norte-americanos e ignoram opiniões científicas imparciais", afirmam em uma carta pública os prêmios Nobel de Física, Química e Medicina, entre eles o Nobel de Química no ano passado, Peter Age.

"Os principais nomes desta administração são muito ideológicos", disse Burton Richter, Nobel de Física em 1976.

"Ao reduzir o financiamento da pesquisa científica, sabotam as bases do futuro dos Estados Unidos. Ao estabelecer restrições ao uso de células-tronco embrionárias, impedem os avanços médicos", afirmam os 48 cientistas.

Sob a pressão dos grupos religiosos, Bush proibiu em agosto de 2001 o financiamento de qualquer pesquisa pública que utilize células-tronco retiradas de embriões. O candidato democrata Jonh Kerry prometeu acabar com essa proibição se for eleito presidente.

O debate foi retomado no início de junho, por causa da morte do ex-presidente Ronald Reagan, que sofria do mal de Alzheimer. Sua esposa, Nancy Reagan, manifestou em várias ocasiões seu apoio à pesquisa com células-tronco embrionárias.

Vários médicos também criticam a política de prevenção à Aids adotada nos Estados Unidos, que privilegia os programas de abstinência sexual em detrimento da utilização de preservativos.

Mudanças Climáticas

A carta dos 48 prêmios Nobel também acusa o governo Bush de abrir mão do talento de cientistas estrangeiros com seus obstáculos à imigração e de ameaçar o futuro da Terra ao ignorar o consenso científico sobre temas tão importantes como a mudança climática.

"Estou muito preocupado com a maneira como a administração Bush trata a questão da mudança climática. Existe um consenso entre os cientistas de que certamente se trata de um problema muito sério", declarou Mario Molina, que recebeu o prêmio Nobel de Química em 1995 por seus trabalhos sobre a formação e a decomposição do ozônio.

Henry Waxman, legislador democrata na Câmara de Representantes, acusou, em agosto do ano passado, o governo republicano de Bush de politizar o trabalho de cientistas e de manipular os dados científicos.

No início do ano, a Associação de Cientistas Comprometidos também acusou Bush de manipular a ciência com fins políticos para justificar suas posições sobre a mudança climática, as células-tronco e a poluição.

"A amplitude da manipulação, o ocultamento e a deformação da ciência pela administração Bush não têm precedentes", escreveram os cientistas, que também denunciam "interferências políticas nas pesquisas científicas independentes".

O conselheiro científico do presidente Bush, John Marburger, afirmou em uma carta de resposta de 20 páginas que as acusações são falsas e, até mesmo, ridículas.

A equipe de campanha de Bush tentou refutar a tese da decandência científica dos Estados Unidos formulada por Kerry, lembrando que os Estados Unidos são líderes mundiais em termos de patentes, pesquisas e prêmios Nobel. Além disso, ressaltou que o financiamento público para pesquisas em 2005 registrou aumento de 44%.

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