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30/06/2004 - 06h06

Cassini entra em órbita de Saturno à noite

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SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

Se algo der errado, ela estará sozinha lá fora --nem vale a pena enviar um pedido de socorro. No final da noite de hoje, a sonda Cassini deve disparar seus propulsores durante 96 minutos, com o objetivo de se colocar em órbita ao redor de Saturno.

Por mais que o pessoal no controle da missão no JPL (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa) queira ajudá-la, a distância é tão grande que impede qualquer acompanhamento em tempo real. Toda instrução enviada à nave (e a subseqüente resposta vinda de lá) leva uns 80 minutos para fazer a travessia entre os dois planetas, na velocidade da luz.

"No momento, Saturno está a 80 minutos-luz de nós", conta John Spencer, pesquisador do Southwest Research Institute envolvido na missão. Segundo ele, isso causa alguma apreensão, na hora de acompanhar o desempenho da sonda, mas não muita. "É meio estranho que as notícias sejam atrasadas assim, mas na maior parte do tempo não pensamos muito nisso --teremos notícias quando tivermos notícias!"

A noite de hoje e a madrugada de amanhã encerram o momento mais crítico de toda a missão, iniciada em 1997. O procedimento começa hoje às 22h11 (horário de Brasília), quando a nave vai mudar sua orientação para que a antena principal sirva como escudo contra potenciais impactos --pois uma hora depois ela estará atravessando o plano em que estão dispostos os anéis do planeta.

"A Cassini tem tirado fotos da região conforme se aproxima, para garantir que não haja material em que possamos bater", diz Spencer. "Parece vazio, devemos ficar bem. Ainda assim, ficarei aliviado quando a passagem pelo plano dos anéis for concluída."

Depois disso, às 23h36, começa o disparo dos propulsores. Se tudo correr bem, 96 minutos depois a sonda estará fazendo a curva ao redor do planeta e entrando em sua órbita. Depois disso, fará outra travessia do plano dos anéis (a primeira ocorreu de cima para baixo, a segunda vai no sentido inverso) e então a nave voltará a apontar sua antena principal na direção da Terra, para transmitir os dados científicos coletados.

"Nesse momento a nave fará sua aproximação máxima de Saturno e de seus anéis, então os resultados serão preciosos", diz Joe Burns, da Universidade Cornell, também envolvido na missão.

"Sonhamos poder ver as maiores partículas dos anéis, que teriam o tamanho de um campo de futebol. A Cassini vai "cheirar" a atmosfera dos anéis e medir a estrutura do campo magnético do planeta com muitos detalhes."

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