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23/11/2000
-
13h03
em Haia (Holanda)
Os Estados Unidos e seus aliados nas negociações de Haia sobre as mudanças climáticas propuseram aumentar em US$ 1 bilhão até 2012 a ajuda aos países em desenvolvimento, mas estes recusaram a oferta, por considerá-la insuficiente, segundo fontes da União Européia (UE).
Ontem à noite, Estados Unidos, Canadá e Japão propuseram a criação de um dispositivo adicional no Fundo Mundial do Meio Ambiente (GEF, sigla em inglês) para financiar projetos de "adaptação aos efeitos adversos das mudanças climáticas" e projetos destinados a "reduzir" as emissões de gases de efeito estufa.
Mas o G77 - que reúne 133 países em desenvolvimento - recusou a proposta hoje pela manhã, por considerá-la insuficiente e inadequada, afirmou um membro da delegação européia. "É muito tarde e muito pouco", explicou por sua vez Yuri Onodera, da Climate Action Network (CAN), plataforma que reúne 300 associações ambientalistas.
"Muito tarde porque teria que esperar a entrada em vigor do protocolo, se for ratificado, para a concessão dos fundos, quando o problema já existe para muitos países pobres ameaçados por inundações ou secas", acrescentou. "Muito pouco porque são US$ 200 milhões anuais durante cinco anos, quando apenas a ajuda ao desenvolvimento do Japão chega a US$ 10 bilhões por ano."
Criado em 1991, o GEF é um mecanismo multilateral destinado a ajudar os países em desenvolvimento a financiar sua adaptação às mudanças climáticas. Os europeus não esconderam sua satisfação com a "bofetada" do G77 nos Estados Unidos. A proposta dos EUA "é um pouco um engano, se for levado em conta que os americanos deixaram de pagar suas contribuições ao GEF", considerou um representante da UE.
A proposta americana incluía os projetos relacionados aos "sumidouros de carbono" (absorção de carbono pelas florestas e terras agrícolas), um tema que gera profundas divergências entre americanos e europeus. Em seu crescimento, árvores e plantas têm a propriedade de absorver dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, por isso são consideradas "sumidouros de carbono". Mas liberam o gás quando são queimadas ou apodrecem.
Os europeus se opõem a uma ampla inclusão destes sumidouros, argumentando que seu papel poderia se tornar enganoso por não ser facilmente quantificável nem necessariamente duradouro, e que a prioridade deve ser a redução do consumo de combustíveis fósseis.
A proposta americana "fica muito fácil", comentou o ministro alemão do Meio Ambiente, Jurgen Trittin, antes de rejeitá-la. "Se os Estados Unidos não ratificarem o protocolo" de Kyoto sobre a redução da emissão de gases de efeito estufa "serão os outros (países industrializados) os que pagarão".
Os países em desenvolvimento, os mais gravemente afetados pelos efeitos negativos das mudanças climáticas, acusam o Primeiro Mundo de causar estes desajustes no meio ambiente e se negar a pagar por isto.
Os ministros do Meio Ambiente de 180 países reunidos em Haia devem concluir as regras de aplicação do protocolo de Kyoto (1997), que impõe a 38 países industrializados objetivos de redução das emissões de gases de efeito estufa.
Países do G77 rejeitam proposta dos EUA de novos fundos em Haia
da France Presseem Haia (Holanda)
Os Estados Unidos e seus aliados nas negociações de Haia sobre as mudanças climáticas propuseram aumentar em US$ 1 bilhão até 2012 a ajuda aos países em desenvolvimento, mas estes recusaram a oferta, por considerá-la insuficiente, segundo fontes da União Européia (UE).
Ontem à noite, Estados Unidos, Canadá e Japão propuseram a criação de um dispositivo adicional no Fundo Mundial do Meio Ambiente (GEF, sigla em inglês) para financiar projetos de "adaptação aos efeitos adversos das mudanças climáticas" e projetos destinados a "reduzir" as emissões de gases de efeito estufa.
Mas o G77 - que reúne 133 países em desenvolvimento - recusou a proposta hoje pela manhã, por considerá-la insuficiente e inadequada, afirmou um membro da delegação européia. "É muito tarde e muito pouco", explicou por sua vez Yuri Onodera, da Climate Action Network (CAN), plataforma que reúne 300 associações ambientalistas.
"Muito tarde porque teria que esperar a entrada em vigor do protocolo, se for ratificado, para a concessão dos fundos, quando o problema já existe para muitos países pobres ameaçados por inundações ou secas", acrescentou. "Muito pouco porque são US$ 200 milhões anuais durante cinco anos, quando apenas a ajuda ao desenvolvimento do Japão chega a US$ 10 bilhões por ano."
Criado em 1991, o GEF é um mecanismo multilateral destinado a ajudar os países em desenvolvimento a financiar sua adaptação às mudanças climáticas. Os europeus não esconderam sua satisfação com a "bofetada" do G77 nos Estados Unidos. A proposta dos EUA "é um pouco um engano, se for levado em conta que os americanos deixaram de pagar suas contribuições ao GEF", considerou um representante da UE.
A proposta americana incluía os projetos relacionados aos "sumidouros de carbono" (absorção de carbono pelas florestas e terras agrícolas), um tema que gera profundas divergências entre americanos e europeus. Em seu crescimento, árvores e plantas têm a propriedade de absorver dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, por isso são consideradas "sumidouros de carbono". Mas liberam o gás quando são queimadas ou apodrecem.
Os europeus se opõem a uma ampla inclusão destes sumidouros, argumentando que seu papel poderia se tornar enganoso por não ser facilmente quantificável nem necessariamente duradouro, e que a prioridade deve ser a redução do consumo de combustíveis fósseis.
A proposta americana "fica muito fácil", comentou o ministro alemão do Meio Ambiente, Jurgen Trittin, antes de rejeitá-la. "Se os Estados Unidos não ratificarem o protocolo" de Kyoto sobre a redução da emissão de gases de efeito estufa "serão os outros (países industrializados) os que pagarão".
Os países em desenvolvimento, os mais gravemente afetados pelos efeitos negativos das mudanças climáticas, acusam o Primeiro Mundo de causar estes desajustes no meio ambiente e se negar a pagar por isto.
Os ministros do Meio Ambiente de 180 países reunidos em Haia devem concluir as regras de aplicação do protocolo de Kyoto (1997), que impõe a 38 países industrializados objetivos de redução das emissões de gases de efeito estufa.
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