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09/09/2004 - 09h00

Falha em bateria pode ser causa da queda da Genesis

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da Folha Online

Duas questões permanecem sem resposta sobre a missão Genesis, da Nasa (agência espacial norte-americana). A primeira, de cunho técnico, diz respeito às razões que levaram à falha nos pára-quedas da cápsula que caiu violentamente no deserto de Utah, nos EUA.

Uma das apostas preliminares da Nasa para o desastre é uma falha na bateria da cápsula espacial. Ela seria responsável por disparar uma série de explosivos que liberariam os pára-quedas, responsáveis pela desaceleração da Genesis durante a queda.

O processo permitiria o resgate da cápsula por helicópteros --o objetivo era que a cápsula nem tocasse o solo. Essa técnica de resgate já foi utilizada diversas vezes no passado por militares norte-americanos para resgatar filmes que eram ejetados de satélites espiões.

Mas a agência espacial não descarta falhas eletrônicas ou até mesmo nos sensores de gravidade da cápsula, segundo o site Space.com.

O impacto pôs fim a uma viagem de 32 milhões de quilômetros que custou US$ 264 milhões e vinha funcionando perfeitamente até agora.

Material de pesquisa

A segunda questão sem resposta é de cunho científico: ainda não se sabe se as partículas solares ainda serão úteis para pesquisa. "Temos as mostras, estão no lugar. Ainda há possibilidades de esta missão dar certo do ponto de vista científico", afirmou o diretor da missão, Don Sweetnam.

A Genesis deixou uma pequena cratera de quase 4 metros de diâmetro no solo, jogando terra vermelha ao seu redor, como mostraram as imagens da Nasa. Nas fotos é possível ver a metade do aparelho emergindo da superfície, com rupturas e rachaduras na estrutura.

"Parece que o recipiente com as mostras tem uma rachadura de quase 5 centímetros", comentou o diretor de operações de vôo da Nasa, Roy Haggard.

"A cápsula sofreu danos enormes, partiu-se ao cair", disse Chris Jones, diretor de explorações no sistema solar do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa). "Ainda não sabemos se poderemos recuperar o conteúdo científico [do aparelho]."

Agora, a Nasa tentará encontrar as amostras entre os restos da cápsula antes de transportá-los para o centro espacial da agência perto de Houston (Texas, sul), onde serão analisados.

Alta velocidade

A cápsula entrou na atmosfera terrestre às 12h55 (horário de Brasília). A 33 km de altura, um pára-quedas estabilizador deveria se abrir, seguido do principal, seis minutos depois, a 6,1 km de altura. A Nasa informou que os dois falharam.

"[A Genesis] caiu no solo a uma velocidade de 310 km/h", confirmou Jones. A agência antes havia informado que a velocidade de impacto com o solo fora de 160 km/h.

O pessoal da Nasa chegou ao local poucos minutos depois do impacto e tomou medidas para evitar qualquer contaminação. "Vamos recuperar a cápsula, esperamos encontrar elementos suficientes para determinar as causas deste fracasso", disse Jones.

A missão

Lançada em agosto de 2001, a sonda Genesis tinha se situado numa órbita ideal entre a Terra e o Sol para capturar partículas solares, cuja análise poderia dar respostas sobre a formação dos planetas do nosso sistema.

Para recolhê-las, a sonda foi colocada num ponto chamado Lagrange L1, onde as atrações gravitacionais da Terra e do Sol se compensam com exatidão. A posição --da qual se pode ter uma visão ininterrupta do Sol-- está além da magnetosfera terrestre, que perturba os ventos solares.

Pesando 494 kg, a sonda levava sensores feitos de diamante, ouro, silício e safira, concebidos para capturar as partículas ionizadas.

Em 2003, depois de coletar o material, a sonda se reaproximou da Terra para ejetar a cápsula contendo as partículas de vento solar. Agora, a Genesis deve se afastar novamente da Terra, continuando sua trajetória até entrar em órbita em torno do Sol e continuar as pesquisas.

Com agências internacionais

Especial
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