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27/09/2004 - 11h59

Nasa avança com plano para exploração de Plutão

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da Agência Lusa, em Washington (EUA)

A Nasa pôs em marcha os seus planos para iniciar a exploração de Plutão com a sonda New Horizons, que deve demorar quase dez anos a chegar ao menor e mais distante planeta do sistema solar.

A missão tem também por objetivo estudar Caronte --a lua de Plutão-- e o Cinturão de Kuiper --massa de asteróides gelados que paira nas extremidades do sistema.

A nave de quase meia tonelada partirá do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral (Flórida), em janeiro de 2006, com uma carga de instrumentos que "contribuirão para desvendar os locais mais recônditos do sistema solar", diz a Nasa no seu site.

Destino

A atmosfera de Plutão, o único planeta ainda não visitado por uma nave terrestre, é 100 mil vezes mais leve que a da Terra, mas os astrônomos esperam que ocorram naquele planeta fenômenos semelhantes aos do nosso, especialmente o aparecimento de nevoeiros em alguns setores.

Por outro lado, devido ao tamanho de Plutão e à sua débil força de gravidade, os cientistas julgam que a sua atmosfera superior seja semelhante à dos cometas.

Com uma linha equatorial de cerca de 7.200 km, o planeta se encontra atualmente a aproximadamente 5.600 milhões de quilômetros do Sol e, na sua lenta rotação, cada um dos seus dias equivale a 153,3 horas terrestres.

"Júpiter e além do infinito"

A sonda partirá para os confins do sistema planetário a bordo de um propulsor Atlas V551, passando perto de Júpiter em fevereiro de 2007.

O seu encontro com Plutão e Caronte ocorrerá em julho de 2015, tendo então 150 dias para realizar os primeiros estudos dos dois planetas. Dali seguirá para o Cinturão de Kuiper, onde chegará dois anos depois.

Até 16 anos atrás, o Cinturão de Kuiper era apenas uma teoria. Foi só em 1992 que os astrônomos confirmaram a existência do que descreveram como uma enorme quantidade de pequenos mundos congelados que giravam em volta do Sol a bilhões de quilômetros para além da órbita de Netuno.

Segundo os cientistas, os corpos que formam o Cinturão de Kuiper são os restos congelados da criação do nosso sistema solar.

Janela de lançamento

Para Alan Stern, diretor da missão, a viagem da New Horizons tem agora especial urgência, já que como a o seu movimento de translação dura mais de 284 anos terrestres, Plutão começará a se afastar, tornando impossível o seu estudo.

"A sonda New Horizons vai ajudar-nos a compreender o que aconteceu no começo do nosso sistema solar e talvez abra uma janela para os eventos que criaram a vida na Terra", afirmou. "Há muito que ignoramos esse planeta e esta é a nossa grande oportunidade de estudá-lo."

A sonda levará a bordo um espectroscópio de infravermelhos que realizará um levantamento topográfico do planeta, ao qual os raios solares demoram quatro horas a chegar, enquanto atingem a Terra em oito minutos.

A New Horizons também levará um instrumento chamado Swap, que medirá a interação entre Plutão, Caronte e o vento solar --torrente de partículas carregadas que flui do Sol a elevadas velocidades.

Segundo os cientistas, compreender esta interação alargará o conhecimento dos processos astrofísicos que influem naqueles astros e naquela parte do sistema solar.

Se a viagem se realizar como previsto, a Nasa espera que a observação de Plutão e Caronte produza um enorme caudal de informação e as primeiras imagens aproximadas do sistema binário Plutão-Caronte.

A esses resultados irão somar-se mapas de ambos com uma resolução de 40 km, dados geológicos e temperaturas e medidas diretas de partículas de energia e de vento solar.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a sonda New Horizons
  • Leia o que já foi publicado sobre Plutão
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