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28/09/2004 - 13h55

Viagens comerciais ao espaço são possíveis, mas extremamente difíceis

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da France Presse, em Londres (Reino Unido

O turismo espacial, negócio potencialmente milionário que o britânico Richard Branson afirmou ontem (27) estar disposto a implementar, é algo tecnicamente possível, mas que envolve muitos riscos, alertam especialistas na área.

Branson, magnata da aviação, disse que sua empresa Virgin Galactic quer mandar 3.000 novos astronautas para o espaço num prazo de cinco anos.

No entanto, é improvável que o sonho do excêntrico milionário de ser o pioneiro da era das viagens espaciais em massa se realize por enquanto, afirma Andre Balogh, professor de física espacial no Imperial College da Universidade de Londres.

"É algo tecnicamente possível, mas o espaço é um negócio muito caro", disse. Para o especialista, o turismo espacial deve permanecer como um negócio caro por um longo tempo.

"A idéia é ótima, eu gosto dela, mas estou muito consciente de que mesmo um pessoal como o da Nasa (agência espacial norte-americana) acha que é um desafio. No final, vai acontecer. Se será no tempo e do jeito de Richard Branson, ainda é preciso ver", afirmou. "Vejo isto como uma declaração de intenção, para se pensar, mais do que para fazer reservas imediatamente."

A questão de segurança é fundamental e terá que ser confrontada antes da partida de qualquer vôo, lembrou Balogh. "Acidentes são má publicidade e ruins para o negócio. Então, para garantir sua possibilidade técnica, o ponto de partida é que a segurança precisa ser garantida e os riscos, minimizados --o que é um trabalho e tanto", afirmou.

SpaceShipOne

Branson quer utilizar naves baseadas na tecnologia do SpaceShipOne, que em junho passado realizou a façanha de levar o primeiro homem num vôo privado ao espaço.

O SpaceShipOne chegou apenas ao limite do espaço --a 100 km de altitude-- e não fez uma órbita completa, mas Balogh previu que isto seria muito atraente para os consumidores. "Eu acho que a maioria das pessoas chamaria isto de viagem espacial. As pessoas poderiam ver a curvatura da Terra e o horizonte. Teriam uma vista que é muito espetacular e dariam uma olhada numa boa parte da Terra."

Os turistas espaciais, lembrou, não ficariam totalmente sem peso. "Não se pode entrar em órbita naquela altitude, portanto o corpo não ficaria totalmente sem peso. Provavelmente, chegaria perto disso, mas não é uma órbita, ainda está nos limites da alta atmosfera."

Os futuros astronautas civis de Branson terão que desembolsar a partir de € 170 mil (cerca de R$ 600 mil) e receberão três dias de treinamento de vôo antes de se lançar numa aventura de verdade.

Especial
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