Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
04/10/2004 - 16h39

Saiba como as pesquisas sobre o olfato afetam o dia-a-dia

Publicidade

da France Presse, em Paris (França)

A pesquisa sobre o olfato, que rendeu aos cientistas norte-americanos Richard Axel e Linda Buck o prêmio Nobel de medicina de 2004 nesta segunda-feira, começa a ter impacto em nosso cotidiano. Veja alguns exemplos:

Ratos farejadores

Ratos estão sendo treinados para farejar em busca de sobreviventes de terremotos sob os escombros. Os ratos são equipados com eletrodos em seus cérebros, conectados a um minúsculo rádio-transmissor que transmite o sinal de sua atividade cerebral.

Eles são treinados durante meses para receberem uma recompensa quando atingem o odor a que estão programados para encontrar, e enviam uma onda cerebral característica quando atingem o objetivo. Através da triangulação de sinais de rádio, equipes de resgate podem localizar onde o rato fez a descoberta.

Os instrutores, da Universidade da Flórida, em Gainesville, e da Universidade Estadual de Nova York, no Brooklyn, esperam ter pronto um esquadrão de roedores especializados em resgate em meados de 2005.

Pistola de odores

Engenheiros japoneses desenvolvem o projeto de um "canhão de ar" que dispara odores na pessoa enquanto ela caminha pelos corredores de um shopping. A expectativa é despertar o sentido do prazer ou da antecipação, utilizando odores como o de pão fresco ou de um novo perfume, que fará a "vítima" abrir a carteira num impulso irresistível.

O equipamento consiste de um jato que pressiona uma essência em vapor para uma câmara, onde é comprimida por um diafragma e dirigida para o alvo. A mira é feita com uma câmera, que busca os olhos do visitante e libera um jato de odor diretamente para o nariz.

Odores on-line

O provedor de acesso à Internet britânico Telewest Broadband está fazendo testes com um equipamento de geração de odores para fazer com que internautas transmitam aromas pela rede. Batizado de "Scent Dome", o equipamento é capaz de produzir 60 odores a partir de uma mistura de 20 cápsulas cheias de líquidos perfumados, que seriam liberados através do envio de e-mails ou comandos em páginas na web.

Repelente genético

A nova geração de repelentes de inseto provavelmente se baseará na descoberta de que o olfato destes animais está ligado a um único gene, o Or83b. O gene foi encontrado em moscas das frutas por pesquisadores da Universidade de Rockefeller, mas é comumente observado numa ampla variedade de insetos. Uma substância química que bloqueia a função do gene Or83b ajudaria a evitar que mosquitos localizem seres humanos.

Olfato contra o incesto

As pessoas são capazes de identificar os odores de parentes próximos e se sentem repelidos por eles. Pesquisadores da Wayne State University, em Detroit, pediram a 25 famílias, cada uma com pelo menos dois filhos com idades entre 6 e 15 anos, que dormissem com a mesma camiseta por três noites consecutivos de forma que a peça ficasse impregnada com seu odor individual.

Depois, os pesquisadores pediram a estas pessoas que cheirassem duas camisetas: uma pertencente a um membro da família e outra de um desconhecido. Os voluntários mostraram um alto nível de precisão ao identificar seus familiares e a maioria disse preferir o odor da camiseta do desconhecido à daquela de seu familiar. A descoberta sugere que nossos genes olfativos estão programados para prevenir o incesto.

Fontes: New Scientist; Neuron journal; Conferência da Sociedade Internacional de Etologia Humana (2002); Telewest Broadband.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o prêmio Nobel de medicina
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página