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21/10/2004
-
13h27
da Folha Online
Os planetas surgem a partir de trombadas espaciais mais intensas do que os cientistas pensavam. A descoberta indica que planetas como a Terra talvez sejam comuns no universo.
Uma equipe de astrônomos estudou 266 estrelas com o auxílio do telescópio espacial Spitzer, da Nasa (agência espacial norte-americana). Eles observaram enormes nuvens de poeira ao redor delas.
No interior dessas nuvens, núcleos rochosos de planetas em formação se chocam e, acredita-se, fundem-se em um corpo maior ou então se despedaçam. A poeira gerada pelo choque é aquecida pela estrela e então "brilha" aos olhos infra-vermelhos do Spitzer.
"É uma bagunça", diz George Rieke, da Universidade do Arizona, um dos autores da pesquisa e cientista do Spitzer. "Estamos vendo que os planetas tem uma estrada longa e dura para atravessar antes de completar sua formação."
Bola de neve
Para os cientistas, os planetas se formavam conforme a poeira dessas nuvens estelares colidia e, de alguma forma, se agregava --como no processo de formação de uma "bola de neve". Até agora, as teorias afirmavam que esse processo acontecia sem sacolejos, gradualmente, após colisões sucessivas. Dessa forma, os discos de poeira desapareceriam com o tempo --como teria acontecido com o Sistema Solar.
"Pensávamos que estrelas jovens, de cerca de 1 milhão de anos, tivessem discos [de poeira] maiores e mais brilhantes, e estrelas mais velhas, de 10 milhões a 100 milhões de anos, tivessem discos enfraquecidos", disse Rieke.
Mas o Spitzer encontrou estrelas velhas com discos enormes e muito próximos a elas. "A única maneira de produzir tanta poeira como a que vimos ao redor dessas estrelas mais velhas é por colisões gigantescas", disse. Caso contrário, não demoraria mais de 1 milhão de anos até que a própria estrela "engolisse" discos de poeira tão próximos.
Sistema Solar
"Sabemos que colisões violentas eram freqüentes no início do Sistema Solar", explica Scott Kenyon, astrônomo do Smithsonian Astrophysical Observatory, em Cambridge, que também participou do estudo.
As crateras da própria Lua --que seria resultado do choque entre a Terra ainda jovem e outro corpo celeste do tamanho de Marte-- seriam prova desse passado, segundo a revista "New Scientist".
Segundo ele, poucos discos de poeira haviam sido observados até hoje, o que dava aos astrônomos pouca base de comparação para saber se o Sistema Solar é semelhante a outros sistemas planetários.
"Essas observações nos dão alguma esperança de que a formação de planetas como a Terra seja comum", diz Kenyon. Elas também devem levar a estimativas mais precisas sobre o número de planetas parecidos ao nosso.
Os resultados da observação serão publicados na próxima edição do "Astrophysical Journal".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a formação dos planetas
Formação dos planetas é mais violenta do que se pensava
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Os planetas surgem a partir de trombadas espaciais mais intensas do que os cientistas pensavam. A descoberta indica que planetas como a Terra talvez sejam comuns no universo.
Uma equipe de astrônomos estudou 266 estrelas com o auxílio do telescópio espacial Spitzer, da Nasa (agência espacial norte-americana). Eles observaram enormes nuvens de poeira ao redor delas.
No interior dessas nuvens, núcleos rochosos de planetas em formação se chocam e, acredita-se, fundem-se em um corpo maior ou então se despedaçam. A poeira gerada pelo choque é aquecida pela estrela e então "brilha" aos olhos infra-vermelhos do Spitzer.
Nasa/JPL/Caltech |
Ilustração mostra aproximação, impacto e resultado de colisão de corpos na formação de planetas |
"É uma bagunça", diz George Rieke, da Universidade do Arizona, um dos autores da pesquisa e cientista do Spitzer. "Estamos vendo que os planetas tem uma estrada longa e dura para atravessar antes de completar sua formação."
Bola de neve
Para os cientistas, os planetas se formavam conforme a poeira dessas nuvens estelares colidia e, de alguma forma, se agregava --como no processo de formação de uma "bola de neve". Até agora, as teorias afirmavam que esse processo acontecia sem sacolejos, gradualmente, após colisões sucessivas. Dessa forma, os discos de poeira desapareceriam com o tempo --como teria acontecido com o Sistema Solar.
"Pensávamos que estrelas jovens, de cerca de 1 milhão de anos, tivessem discos [de poeira] maiores e mais brilhantes, e estrelas mais velhas, de 10 milhões a 100 milhões de anos, tivessem discos enfraquecidos", disse Rieke.
Mas o Spitzer encontrou estrelas velhas com discos enormes e muito próximos a elas. "A única maneira de produzir tanta poeira como a que vimos ao redor dessas estrelas mais velhas é por colisões gigantescas", disse. Caso contrário, não demoraria mais de 1 milhão de anos até que a própria estrela "engolisse" discos de poeira tão próximos.
Sistema Solar
"Sabemos que colisões violentas eram freqüentes no início do Sistema Solar", explica Scott Kenyon, astrônomo do Smithsonian Astrophysical Observatory, em Cambridge, que também participou do estudo.
As crateras da própria Lua --que seria resultado do choque entre a Terra ainda jovem e outro corpo celeste do tamanho de Marte-- seriam prova desse passado, segundo a revista "New Scientist".
Segundo ele, poucos discos de poeira haviam sido observados até hoje, o que dava aos astrônomos pouca base de comparação para saber se o Sistema Solar é semelhante a outros sistemas planetários.
"Essas observações nos dão alguma esperança de que a formação de planetas como a Terra seja comum", diz Kenyon. Elas também devem levar a estimativas mais precisas sobre o número de planetas parecidos ao nosso.
Os resultados da observação serão publicados na próxima edição do "Astrophysical Journal".
Especial
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