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21/10/2004 - 12h37

Corpo humano tem menos genes do que se pensava

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da Folha Online

Os seres humanos temos a mesma quantidade de genes que um pequeno verme ou uma planta da família da mostarda. É o que anuncia o consórcio público internacional Projeto Genoma Humano, que divulga hoje a 34ª versão do mapa.

O novo número gira em torno de 20 mil a 25 mil genes, uma queda substancial em relação aos 30 mil ou 40 mil que o mesmo grupo de cientistas estimava em 2001.

Em comparação, o nematódeo C. elegans, um dos objetos de pesquisa favoritos dos cientistas, tem 19.500 genes. Outra favorita dos laboratórios, a planta Arabidopsis, da família da mostarda, tem cerca de 27 mil.

Mas "não é só o número de genes que importa", explica Eric Lander, do Broad Institute, em Cambridge. "É realmente como a natureza usa esses genes."

Há tempos os cientistas especulam sobre a quantidade de genes que as pessoas têm. Antes das estimativas do consórcio de mapeamento do genoma publicadas em 2001, uma espécie de "bolão" do mundo científico que ocorreu entre 2000 e 2003 tinha como palpite médio o número de 66 mil genes.

Francis Collins, diretor do Instituto Nacional para Pesquisa do Genoma Humano, apostou em 48 mil genes quando a aposta começou. É cerca de duas vezes o número apontado pela nova pesquisa.

"Bem", disse Collins essa semana, "vivendo e aprendendo".

Instruções

Como na aposta, a nova estimativa só considera genes que dizem às células como produzir proteínas. Ela está publicada na edição de hoje da revista "Nature" pelo Projeto Genoma Humano, que organizou a sopa de letrinhas do DNA e determinou a seqüência de mais de 3 bilhões de letras de nosso código genético.

Quando o mesmo consórcio fez as contas e divulgou uma estimativa em 2001, ainda havia muitas lacunas a estudar no DNA. Agora, os cientistas preencheram essas lacunas o mais que puderam, com a tecnologia atualmente disponível.

Esta versão do mapeamento --a 34ª-- revela que muitas seqüências de DNA antes contadas como genes eram na verdade cópias não-funcionais de genes reais e que, algumas vezes, partes do mesmo gene foram contadas como dois genes distintos, explica Lander.

Em comparação a organismos mais simples, diz Collins, os humanos se beneficiam mais de genes que produzem múltiplas proteínas em vez de uma só, e de proteínas mais complexas que realizam mais de uma tarefa. E muito da complexidade biológica não está em proteínas individuais, mas em combinações, que podem criar a imensa variedade de proteínas encontradas num organismo como o humano.

Lander disse não estar preocupado com a aparente limitação do número de genes humanos. "Pelo contrário, acho que é uma boa notícia", disse, "porque isso significa que já conhecemos bastante sobre a maioria [deles]."

Com agências internacionais

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