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09/11/2004 - 11h53

Meditação melhora conhecimento e emoções, aponta estudo

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da Agência Lusa, em Washington (EUA)

Quem pratica meditação durante longos períodos induz mudanças no funcionamento do cérebro que melhoram o conhecimento e as emoções, indica estudo da Universidade de Wisconsin.

Os resultados da pesquisa --feita por uma equipe do laboratório W.M. Keck de Estudos Cerebrais do Centro Weizman, da Universidade de Wisconsin, em colaboração com o Mosteiro de Schechen, de Katmandu (Nepal)-- vêm publicados na revista "Pnas" (www.pnas.org).

"Constatamos que os praticantes da meditação budista durante longos períodos induzem alterações neurais, isto é, na função cerebral, cujo impacto duradouro aumenta a cognição e as emoções", afirmou Antoine Luz, que coordenou o estudo.

O termo "meditação" abrange numerosas tradições culturais e vários métodos de concentração mental, controle da respiração, visualizações ou, pelo contrário, não focalização da mente em objetos ou idéias.

O estudo

Para este trabalho, os investigadores acompanharam oito praticantes de meditação budista de, em média, 49 anos de idade. Eles compararam-nos a um grupo de controle de 10 estudantes voluntários com uma média de 21 anos de idade.

Os budistas receberam instrução mental nas tradições tibetanas Nyingmapa e Kagyupa de 10 mil a 50 mil horas ao longo de períodos de 15 a 40 anos.

"A duração da sua instrução foi calculada com base na sua prática diária e no tempo que passaram em retiros de meditação", explicou Lutz.

Por outro lado, os indivíduos do grupo de controle não tinham experiência prévia em meditação e receberam instrução durante apenas uma semana, antes da coleta de dados mediante eletrencefalogramas.

Como método de meditação, os cientistas escolheram "uma prática sem objeto determinado, durante a qual os participantes, tanto os budistas como os do grupo de controle, geraram um estado de 'amabilidade e compaixão incondicional'".

Esta prática, seguida por numerosas escolas budistas, da Índia à China, Japão, Coréia e sudeste asiático, não requer concentração sobre objetos, memórias ou imagens particulares, mas antes uma disposição para ajudar todos os seres vivos.

"Estudos anteriores já tinham demonstrado o papel geral da sincronia neural, em particular nas freqüências da banda gama [de 25 a 70 Hz], em processos mentais como a atenção, a memória ativa, a aprendizagem ou a percepção consciente", explicou Lutz.

Resultados

Os pesquisadores fizeram eletrencefalogramas dos participantes budistas e dos elementos do grupo de controle antes, durante e depois da meditação, e compararam os resultados dos dois grupos.

"Concluímos que os praticantes budistas induzem, de forma sustentada, oscilações de alta amplitude na banda gama e sincronia de fase", segundo Lutz. "As maiores diferenças entre os dois grupos aumentam de forma aguda durante a meditação e mantêm-se depois da meditação", acrescentou.

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