Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/11/2004 - 17h46

Necessidade de correr desenvolveu anatomia humana, diz estudo

Publicidade

da France Presse, em Paris

Um estudo realizado por dois biólogos americanos mostra que o ser humano desenvolveu sua atual anatomia a partir da necessidade de correr para caçar e se alimentar. A pesquisa será publicada nesta quinta-feira na revista Nature.

De acordo com Denis Bramble, da Universidade de Utah, e Daniel Lieberman, da Universidade de Harvard, a atual aparência humana, caracterizada por pernas compridas e fortes, é parecida com a dos primeiros representantes do gênero Homo, obrigados a percorrer rapidamente longas distâncias na savana africana.

Os dois cientistas sustentam que o homem desenvolveu essas características por ter de perseguir suas presas, correndo para alcançá-las em curta distância e esforçando-se para chegar ao animal morto antes de abutres e hienas.

Esta etapa da evolução teria sido concluída há dois milhões de anos. Bramble e Lieberman afirmam que detectaram vestígios disso em alguns esqueletos da espécie Homo Habilis e principalmente da Homo Erectus, mais modernos.

Os dois biólogos registraram no total 26 traços anatômicos que aumentam a adaptação para corrida. Entre eles estão tendões mais longos, ligamentos das pernas, estrutura dos pés e os músculos que estabilizam o tronco.

"Atualmente, a corrida é principalmente uma forma de exercício e lazer, mas suas raízes podem ser tão antigas como o gênero humano e ter contribuído significativamente para o desenvolvimento do corpo humano", afirmam os dois cientistas.

Esta hipótese é rebatida pela antropóloga francesa Yvette Deloison, especialista em locomoção de hominídeos e conhecida principalmente por sua teoria de que o andar ereto apareceu muito antes entre os primatas do que nos ancestrais diretos do homem.

"Para avaliar sua capacidade de resistência, Bramble e Lieberman comparam bípedes e quadrúpedes, que representam dois modos de locomoção completamente diferentes e portanto impossíveis de serem comparados", declarou Deloison.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a evolução humana
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página