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08/12/2004
-
16h37
EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília
O Brasil é responsável por 3% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa, de acordo com um levantamento realizado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em conjunto com várias instituições do país entre 1990 e 1994. Considerando o histórico do país, a estimativa é que o Brasil tenha contribuído com 1% dos gases acumulados na atmosfera.
Em comparação, os países desenvolvidos seriam os principais responsáveis pelas emissões de gases poluentes. Só os EUA responderiam por 42,6% das emissões, e o Reino Unido, por 10,5%.
O relatório, chamado "Inventário de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa não Controladas pelo Protocolo de Montreal", será apresentado na próxima sexta-feira (10) na 10ª Cúpula do Clima, encontro realizado em Buenos Aires (Argentina). Ele faz parte dos compromissos assumidos pelo país em relação ao protocolo de Kyoto. Foram consideradas emissões de gás carbônico (CO2), gás metano (CH4) e óxido nitroso (N2O).
As mudanças no uso de terras e florestas, como queimadas e desmatamentos, foram responsáveis por 77% das emissões de gás carbônico em 1990 e 75% em 1994. No período, as emissões subiram 5% (de 979 milhões de toneladas para 1,03 milhões de toneladas).
As emissões de metano passaram de 12,3 milhões de toneladas em 1990 para 13,2 milhões de toneladas em 1994 (7% a mais). A agricultura --em processos como a fermentação entérica de gado e resíduos, por exemplo-- foi responsável por 77% desse volume.
No caso do óxido nitroso, houve um crescimento de 12% nas emissões --de 490 mil toneladas para 550 mil toneladas. A agricultura --por exemplo, fertilizantes e animais-- foi responsável por 92% do total de gases.
O relatório também traz as providências tomadas pelo país para reduzir a poluição, como o aumento da participação do uso de álcool combustível e a possibilidade de aumento da capacidade hidrelétrica.
Metas
O ministro de Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, afirmou que o Brasil não pode ficar submetido a metas de controle externo de poluentes, e que parte do esforço para resolver o problema depende dos países desenvolvidos, responsáveis pela maior parte da poluição. "É preciso que essas responsabilidades sejam diferenciadas", disse o ministro.
Os países em desenvolvimento não têm compromissos de redução ou de limitação de suas emissões, de acordo com o protocolo de Kyoto, por terem prioridade no atendimento às necessidades sociais e de desenvolvimento econômico. Mas o ministro disse que o país tem condições de crescer sem que isso represente um aumento na sua responsabilidade pela emissão de poluentes.
Na conferência de Buenos Aires também será definido quando será apresentado o próximo relatório, que deverá abranger o período 1995-2000 e deve ser divulgado apenas em 2009.
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Brasil responde por 3% das emissões globais de gases-estufa
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da Folha Online, em Brasília
O Brasil é responsável por 3% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa, de acordo com um levantamento realizado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em conjunto com várias instituições do país entre 1990 e 1994. Considerando o histórico do país, a estimativa é que o Brasil tenha contribuído com 1% dos gases acumulados na atmosfera.
Em comparação, os países desenvolvidos seriam os principais responsáveis pelas emissões de gases poluentes. Só os EUA responderiam por 42,6% das emissões, e o Reino Unido, por 10,5%.
O relatório, chamado "Inventário de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa não Controladas pelo Protocolo de Montreal", será apresentado na próxima sexta-feira (10) na 10ª Cúpula do Clima, encontro realizado em Buenos Aires (Argentina). Ele faz parte dos compromissos assumidos pelo país em relação ao protocolo de Kyoto. Foram consideradas emissões de gás carbônico (CO2), gás metano (CH4) e óxido nitroso (N2O).
As mudanças no uso de terras e florestas, como queimadas e desmatamentos, foram responsáveis por 77% das emissões de gás carbônico em 1990 e 75% em 1994. No período, as emissões subiram 5% (de 979 milhões de toneladas para 1,03 milhões de toneladas).
As emissões de metano passaram de 12,3 milhões de toneladas em 1990 para 13,2 milhões de toneladas em 1994 (7% a mais). A agricultura --em processos como a fermentação entérica de gado e resíduos, por exemplo-- foi responsável por 77% desse volume.
No caso do óxido nitroso, houve um crescimento de 12% nas emissões --de 490 mil toneladas para 550 mil toneladas. A agricultura --por exemplo, fertilizantes e animais-- foi responsável por 92% do total de gases.
O relatório também traz as providências tomadas pelo país para reduzir a poluição, como o aumento da participação do uso de álcool combustível e a possibilidade de aumento da capacidade hidrelétrica.
Metas
O ministro de Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, afirmou que o Brasil não pode ficar submetido a metas de controle externo de poluentes, e que parte do esforço para resolver o problema depende dos países desenvolvidos, responsáveis pela maior parte da poluição. "É preciso que essas responsabilidades sejam diferenciadas", disse o ministro.
Os países em desenvolvimento não têm compromissos de redução ou de limitação de suas emissões, de acordo com o protocolo de Kyoto, por terem prioridade no atendimento às necessidades sociais e de desenvolvimento econômico. Mas o ministro disse que o país tem condições de crescer sem que isso represente um aumento na sua responsabilidade pela emissão de poluentes.
Na conferência de Buenos Aires também será definido quando será apresentado o próximo relatório, que deverá abranger o período 1995-2000 e deve ser divulgado apenas em 2009.
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