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08/02/2005 - 12h27

Nasa tira telescópio Hubble do orçamento espacial

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da France Presse, em Washington

A Agência Espacial Americana (Nasa) eliminou de seu orçamento de 2006, apresentado nesta segunda-feira ao Congresso, os fundos à missão para que o telescópio espacial Hubble possa seguir funcionando até o ano de 2010.

"A Agência Espacial não pretende utilizar o ônibus espacial para uma missão de manutenção do Hubble", disse seu inspetor financeiro, Steve Isakowitz.

"A Nasa solicitou 75 milhões de dólares no orçamento de 2006 que entra em vigor no dia 1º de outubro de 2005 para preparar uma missão não-tripulada com objetivo de tirar o Hubble de órbita com total segurança", acrescentou.

"A decisão de não realizar em 2006 uma última missão de manutenção do primeiro telescópio espacial, colocado em órbita em 1990, foi sobretudo motivada pelos riscos que a envolvem e não pelo orçamento", continuou.

O Hubble poderá sobreviver até 2007 se suas baterias solares produzirem suficiente energia para alimentar os giroscópios necessários para as suas manobras e mantê-lo em órbita, segundo a Nasa.

"No momento, a Agência Espacial tenta da melhor maneira possível preservar as capacidades científicas do Hubble e busca novas técnicas que permitam a seus giroscópios funcionar por mais tempo", afirmou Isakowitz.

Os membros da comissão de Ciências da Câmara dos Representantes americana citaram na semana passada, durante uma audiência pública com especialistas, estimativas de custos aparentemente fornecidas pela Nasa.

De acordo com estes dados, uma missão de manutenção do telescópio custaria entre um e dois bilhões de dólares, contra os 300 ou 400 milhões previstos inicialmente.

Em janeiro de 2004, o administrador (demissionário) da Nasa, Sean O'Keefe, havia anunciado a cancelamento de uma missão do ônibus - a quinta e última - para reparar o telescópio, desencadeando uma onda de indignação no Congresso e na comunidade astronômica.

Meses mais tarde, a Nasa propôs enviar uma missão não-tripulada para realizar com robôs as tarefas de manutenção, o que permitiria ao Hubble funcionar até a chegada de seu sucessor em 2011 - o telescópio espacial infravermelho 'James Webb Space Telescope' (JWST, na sigla em inglês).

Contudo, um comitê de especialistas da Academia Americana de Ciências recomendou no dia oito de dezembro que se recorresse a um ônibus tripulado e não a uma missão com robôs, considerada muito perigosa.

No princípio, os vôos do ônibus espacial - interrompidos desde o acidente do Columbia no dia 1º de fevereiro de 2002 - deveriam recomeçar em maio ou em junho.

Inicialmente estava previsto que o Hubble funcionasse 15 anos graças às operações de manutenção regulares como a troca de baterias solares e dos giroscópios. Este limite foi posteriormente elevado para 20 anos, ou seja, até 2010.

O prêmio Novel de física Joseph Taylor, que preside o comitê da Academia de Ciências encarregado de estabelecer as prioridades das missões aeroespaciais, disse esta semana ante a Câmara dos Representantes que não valia a pena sacrificar outros programas da Nasa para prolongar a vida do Hubble se o custo desta missão fosse demasiado elevado.

Contudo, a decisão corresponde ao Congresso, o que permite prever apaixonados debates, dado que o Hubble é visto como um verdadeiro monumento científico nacional que revolucionou a astronomia mundial.

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