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24/02/2005 - 15h00

Pesquisadores revelam elemento-chave da mutação do vírus da Aids

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da France Presse

Um grupo de pesquisadores anunciou na noite desta quarta-feira a descoberta de um elemento importante que explica como o vírus da Aids (VIH) sofre mutações para escapar das defesas imunológicas do corpo humano, o que poderá eventualmente permitir a criação de uma vacina.

O trabalho, apresentado na 12ª Conferência Anual sobre Retrovírus, que se realiza nesta semana em Boston (nordeste dos EUA), e publicado nesta quinta-feira na revista britânica "Nature", demonstra como o HIV modifica sua aparência para entrar nas células.

O estudo foi realizado no hospital pediátrico de Boston e na escola de Medicina de Harvard pelo médico Stephen Harrison, encarregado da equipe de pesquisas do Instituto Médico Howard Hughes.

Os cientistas obtiveram uma imagem tridimensional de uma proteína chamada gp120 (um elemento da membrana do HIV) antes de o vírus sofrer mutação e se acoplar aos receptores chamados CD4 na superfície da célula, que tenta infectar ao penetrar em seu interior, onde pode se reproduzir, explicou Harrison.

"Compreender como a proteína gp120 se modifica e se reforma em contato com o receptor CD4 proporciona informações valiosas sobre o processo, ao abrir uma nova via para a produção de elementos que impeçam esta transformação", como medicamentos ou vacinas, acrescentou.

Harrison também informou que certos componentes já desenvolvidos tinham uma ação inibidora sobre a capacidade mutante do vírus.

"Esta descoberta também nos ajudará a entender porque é difícil fabricar uma vacina antiAids, o que nos permitirá abordar o tema a partir de novos enfoques", acrescentou o médico.

Segundo os organizadores, o enfoque celular será tema de várias apresentações no Congresso, que reúne 3.800 pesquisadores e médicos até esta sexta-feira.

A obtenção de uma vacina que permita uma prevenção eficaz contra a Aids não deve sair nos próximos anos, motivo pelo qual a estratégia a curto prazo é combater os patógenos mutantes com armas simultâneas, explicaram vários especialistas.

Para isso, os especialistas continuam combinando vacinas para estimular dois tipos de defesa: a produção de anticorpos no sangue que neutralizam o vírus antes que penetre nas células e uma reação imunológica celular.

"Uma vacina eficaz e sem risco é essencial para controlar a Aids mundialmente e constitui o desafio mais importante e difícil ao qual se defrontam os pesquisadores", disse Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Saúde para doenças infecciosas e alergias.

A pandemia de Aids afeta 39 milhões de pessoas no mundo e mais de 3 milhões morreram em 2004.

O caso de um nova-iorquino que tem uma nova cepa do vírus da Aids extremamente contagiosa e resistente às drogas normalmente usadas contra a doença será tema de uma sessão especial nesta sexta-feira.

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