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25/02/2005
-
10h20
da Folha de S.Paulo
O dia em Saturno dura 10 horas, 39 minutos e 22,4 segundos, mais ou menos sete segundos. Ou não. Novas medições feitas pela sonda Cassini sugerem que o planeta retardou seu movimento e leva agora seis minutos a mais para completar um volta em torno de seu próprio eixo --ou, mais provavelmente, que a medição original, feita nos anos 1980, estava errada.
Medir o período de rotação de um planeta nem sempre é uma coisa fácil. Para Marte, por exemplo, é moleza: basta apontar o telescópio e marcar um determinado ponto de referência na superfície. Depois, é só esperar até que o ponto volte a figurar na posição primeiro observada, indicando que o planeta completou uma volta. Eureca.
Num planeta gasoso, no entanto, como Júpiter ou Saturno, o buraco é mais embaixo. Ou melhor, não há buraco --como o planeta é todo feito de gás (exceto o núcleo, que deve ser sólido por conta da pressão), não há referência confiável para estimar a rotação. Mas girando ele está, não há dúvida.
Um método pouco confiável seria usar como referências traços na própria atmosfera do planeta. Outro, mais adequado, usaria medições da variação do campo magnético do planeta.
A segunda estratégia parecia ter funcionado com Saturno. As sondas americanas Voyager-1 e 2, em 1980 e 1981, passaram pelo planeta e fizeram a medição, obtendo o dia de 10 horas e 39 minutos. Mas a Cassini, instalada em órbita ao redor de Saturno, mediu um período seis minutos mais longo, confirmando medições de outra sonda, a Ulysses. Confusão instalada.
A boa notícia é que, como vai passar pelo menos quatro anos operando por lá, a Cassini deve coletar os dados para resolver o mistério e decifrar o real período de rotação, diz Agustín Sánchez-Lavega, da Universidade do País Basco, Espanha, num artigo publicado hoje junto com um dossiê sobre os resultados da missão, na revista "Science".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Sonda Cassini
Leia o que já foi publicado sobre o planeta Saturno
Sonda Cassini coloca dúvidas sobre a duração de um dia em Saturno
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O dia em Saturno dura 10 horas, 39 minutos e 22,4 segundos, mais ou menos sete segundos. Ou não. Novas medições feitas pela sonda Cassini sugerem que o planeta retardou seu movimento e leva agora seis minutos a mais para completar um volta em torno de seu próprio eixo --ou, mais provavelmente, que a medição original, feita nos anos 1980, estava errada.
Medir o período de rotação de um planeta nem sempre é uma coisa fácil. Para Marte, por exemplo, é moleza: basta apontar o telescópio e marcar um determinado ponto de referência na superfície. Depois, é só esperar até que o ponto volte a figurar na posição primeiro observada, indicando que o planeta completou uma volta. Eureca.
Num planeta gasoso, no entanto, como Júpiter ou Saturno, o buraco é mais embaixo. Ou melhor, não há buraco --como o planeta é todo feito de gás (exceto o núcleo, que deve ser sólido por conta da pressão), não há referência confiável para estimar a rotação. Mas girando ele está, não há dúvida.
Um método pouco confiável seria usar como referências traços na própria atmosfera do planeta. Outro, mais adequado, usaria medições da variação do campo magnético do planeta.
A segunda estratégia parecia ter funcionado com Saturno. As sondas americanas Voyager-1 e 2, em 1980 e 1981, passaram pelo planeta e fizeram a medição, obtendo o dia de 10 horas e 39 minutos. Mas a Cassini, instalada em órbita ao redor de Saturno, mediu um período seis minutos mais longo, confirmando medições de outra sonda, a Ulysses. Confusão instalada.
A boa notícia é que, como vai passar pelo menos quatro anos operando por lá, a Cassini deve coletar os dados para resolver o mistério e decifrar o real período de rotação, diz Agustín Sánchez-Lavega, da Universidade do País Basco, Espanha, num artigo publicado hoje junto com um dossiê sobre os resultados da missão, na revista "Science".
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