09/03/2005 - 15h52

Cientistas descobrem proteína que permite a espermatozóide se unir ao óvulo

da France Presse

Cientistas japoneses dizem ter identificado uma proteína vital que permite ao espermatozóide se fundir com o óvulo, uma descoberta revolucionária que pode um dia produzir um novo tratamento para homens inférteis e novas formas de contracepção.

Segundo o estudo, que será publicado na edição desta quinta-feira da revista científica britânica "Nature", a proteína, encontrada na superfície do espermatozóide, é sintetizada por um gene que os cientistas batizaram de Izumo, por causa do templo japonês dedicado aos casamentos.

Há muito tempo os problemas nesta fusão são apontados como um dos grandes obstáculos para a gravidez.

Uma pesquisa recente revelou que uma proteína chamada CD9, encontrada na membrana do óvulo, é essencial para esta união com o espermatozóide. A descoberta da proteína Izumo é a primeira vez que uma substância equivalente é descoberta no gameta masculino.

Masaru Okabe e colegas do Centro de Pesquisa do Genoma da Universidade de Osaka começaram observando um anticorpo monoclonal já conhecido por bloquear a fusão entre espermatozóide e óvulo.

Depois, procuraram no esperma a proteína à qual este anticorpo adere. O próximo passo foi testar a teoria, produzindo ratos em laboratório sem a proteína Izumo recém-descoberta. Os ratinhos nasceram saudáveis, mas todos os machos eram estéreis.

Um exame em microscópio revelou que seus espermatozóides, apesar de aparentemente normais, eram incapazes de penetrar a espessa membrana externa do óvulo, conhecida como zona pellucida.

A descoberta "poderá trazer benefícios para o tratamento clínico da fertilidade e ao desenvolvimento potencial de novas estratégias anticoncepcionais", escreveu a equipe de Okabe.

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