Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
11/03/2005 - 11h05

Equipamento faz diagnóstico de câncer e leishmaniose com base nos antígenos

Publicidade

da Folha Online

Um novo equipamento para diagnóstico de câncer de próstata e de mama, capaz também de detectar a leishmaniose, uma doença infecciosa que atinge as áreas mais pobres do país, está sendo concluído por um grupo de pesquisadores da Rede de Nanotecnologia Molecular e de Interfaces (Renami), sob a coordenação de Oscar Malta, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A utilização do protótipo em fase experimental já se mostrou mais barata que outros testes similares e importados. Ele recebeu o nome de Fluorim 1.0 e se baseia nas propriedades ópticas de um composto desenvolvido pelos pesquisadores que ainda não pode ter seu segredo revelado, enquanto não for patenteado no Brasil e no exterior. Um pedido de patente da substância deverá ser brevemente depositado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

Segundo os pesquisadores, é possível dizer que ela funciona como um marcador óptico da doença e é sintetizada a partir do óxido de európio. "Entre os lantanídeos, que na Tabela Periódica se encontram no grupo das terras-raras, o európio é o mais luminescente", justifica Malta, professor do Departamento de Química Fundamental da UFPE e coordenador nacional da Renami, uma rede formada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia que reúne 60 pesquisadores em 17 instituições de todo o país.

"Esse óxido é um pó branco obtido do európio extraído da areia monazítica (encontrada em algumas praias), onde se concentram as maiores reservas do elemento químico", disse Malta à "Revista da Fapesp".

O composto desenvolvido pelos pesquisadores possui pequenas diferenças na formulação para detectar cada uma das três doenças. Ele é acondicionado em kits e possui dimensões nanométricas (em que 1 milímetro é dividido por 1 milhão de partes). Sua função é se ligar ao antígeno produzido pela doença a ser diagnosticada.

Antígeno é a substância, normalmente uma proteína, produzida por vírus ou bactéria, por exemplo. No corpo humano, cada antígeno ganha um anticorpo específico produzido pelo sistema imunológico para combater cada doença. Eles se juntam como uma chave em uma fechadura.

Quando uma gota de sangue ou um pedaço de tecido celular de um paciente é colocado no kit, o antígeno ligado ao anticorpo se fixa ao composto criado pelos pesquisadores. Depois, dentro do equipamento, a amostra recebe um feixe de luz ultravioleta com um comprimento de onda específico.

O resultado é identificado no sinal luminoso refletido pelo composto. Além da presença da doença, o exame informa também o grau de infecção do paciente. "No caso da análise em tecidos originários de biópsia (imobilizados numa lâmina de microscópio), a idéia é mapear toda a sua superfície e, posteriormente, reconstituí-la por meio de um gráfico que deverá representar os diferentes graus de infecção", diz Jaílson Vieira de Melo, do Departamento de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que também participa do projeto.

Dosar o avanço da enfermidade é uma das vantagens importantes desse equipamento. "Quanto mais avançada a doença, mais intensa será a luz emitida", explica Malta. Por esse método, os pesquisadores evitam marcar diretamente o anticorpo, como em outros tipos de exame, o que poderia levar o dispositivo a cometer erros. Isso porque o organismo freqüentemente produz anticorpos. Identificando o antígeno e sua quantidade, os pesquisadores podem ter certeza da doença.

Com "Revista da Fapesp"

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre diagnósticos de câncer
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página