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16/05/2005 - 20h14

Câncer cerebral é relacionado ao uso de celulares em área rural

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da France Presse, em Paris (França)

Um estudo sueco promete esquentar o debate sobre a segurança no uso de celulares ao afirmar que os usuários de telefones digitais em áreas rurais podem correr risco de desenvolver câncer cerebral.

Segundo a pesquisa, houve maior incidência de tumores cerebrais em áreas rurais da Suécia entre usuários da rede GSM (Global System for Mobile Communication) do que não-usuários da região, bem como entre usuários da rede em áreas urbanas.

Os autores afirmam que a relação entre o uso destes aparelhos em áreas rurais e o câncer é preocupante, embora tenham reconhecido que o volume de dados é pequeno e que existe a necessidade de mais pesquisas para aprofundar o resultado.

O estudo sugere como possível causa para esta maior incidência o fato de os aparelhos celulares liberarem uma dose mais alta de radiação eletromagnética em áreas rurais, porque precisam transmitir um sinal mais forte para torres de transmissão distantes do local.

Os cientistas explicaram que em áreas urbanas, as torres de transmissão estão mais próximas entre si, o que significa que o sinal do telefone e, portanto, o nível de radiação, é mais fraco.

O estudo, presidido por Lennart Hardell, professor de oncologia do Hospital Universitário, em Orebro, será publicado na terça-feira no jornal britânico "Occupational and Environmental Medicine".

A equipe rastreou um banco de dados da população da Suécia central, uma região que abrange as maiores cidades do país e lugarejos rurais remotos.

Cerca de 1.400 pessoas, entre 20 e 80 anos, tiveram diagnosticados tumores benignos ou malignos entre janeiro de 1997 e junho de 2000.

Suas fichas foram comparadas com um número similar de adultos saudáveis, classificados por idade, sexo e por residirem na mesma área geográfica.

Os pesquisadores enviaram um questionário a todos, sobre o uso diário do celular e de telefones sem fio.

O estudo revelou que o tempo que os usuários gastaram no telefone não teve impacto na probabilidade de diagnóstico de tumor cerebral, mas o local onde viviam se revelou um fator importante, especialmente para os usuários de telefones com sistema digital.

Os moradores de áreas rurais, que usaram um telefone do tipo por mais de três anos, revelaram-se três vezes mais suscetíveis a desenvolver um tumor do que usuários urbanos.

Entre aqueles que usaram o telefone por mais de cinco anos, o risco quadruplicou.

Este efeito, porém, não foi observado em usuários de telefones analógicos ou sem fio.

A rede digital GSM utiliza um sistema de intensificação de sinal, chamada de controle de poder adaptável, para compensar distâncias entre o usuário e a torre de transmissão. A intensidade do sinal depende do tipo do telefone.

Nos últimos seis anos, uma série de estudos, alguns deles realizados pela equipe de Orebro, sugeriu um alto risco estatístico de desenvolvimento de tumores cerebrais entre usuários freqüentes e de longo prazo de aparelhos celulares.

Mas outros cientistas britânicos, franceses e suecos insistiram não haver evidências que sustentem as alegações de que os telefones celulares ou suas estações de base ofereçam risco à saúde.

Como medida de precaução, no entanto, as crianças abaixo de oito anos na Grã-Bretanha são aconselhadas a não possuir telefones celulares.

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