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25/05/2005 - 17h12

Câmara dos EUA ignora Bush e aprova estudo de embrião

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da Folha de S.Paulo

Ignorando as ameaças de veto de George W. Bush, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que libera as pesquisas com células-tronco embrionárias. Para seus defensores, a lei abre esperanças de cura para várias doenças, enquanto seus críticos dizem que ela equivale ao aborto.

O presidente Bush tinha dito que o projeto era um erro e que iria vetá-lo. A Câmara aprovou-o com 238 votos a favor e 194 contra. O único jeito de evitar o veto presidencial seria conseguir uma maioria de dois terços --o equivalente a 290 votos.

O líder do Partido Republicano, Tom Delay, afirmou que aprovar a lei equivaleria a "financiar com dólares dos contribuintes o esquartejamento de seres humanos vivos e independentes para fins de experimentação médica". As células-tronco embrionárias, capazes de se transformar em praticamente qualquer tecido do organismo, poderiam ser utilizadas para tratar uma série de doenças degenerativas. Mas, para obtê-las, é preciso destruir o embrião.

Delay sofreu oposição de seus companheiros de partido, entre eles Mike Castle, autor do projeto de lei ao lado da democrata Diana DeGette. "Esse não é um voto fácil para muitos dos republicanos, e também para muitos democratas", disse Castle. "A América não pode recuar por causa de um princípio moral e impedir que pesquisas científicas sérias sejam feitas", disse Charlie Bass, também republicano.

Ontem, Bush afirmou: "Essa lei faria com que atravessássemos uma linha ética crítica, criando novos incentivos para a presente destruição da vida humana em seu princípio. Cruzar essa linha seria um grande erro".

Bush discursou cercado por famílias que tinham adotado embriões de clínicas de fertilização. "As crianças que estão aqui hoje são lembretes de que toda vida humana é um dom precioso, de valor incalculável. Com as políticas certas e as técnicas certas, podemos buscar o progresso científico e, ao mesmo tempo, cumprir nossos deveres morais."

O discurso de Bush e seu partido não convenceu muitos democratas. "Não preciso de lições de moral do líder republicano na Câmara", disse o democrata Pete Stark. "Ser pró-vida também significa lutar por políticas que vão eliminar a dor e o sofrimento", disse James R. Langevin, também da oposição, que ficou paralisado da cintura para baixo depois de um acidente com um revólver.

Outro projeto, que propõe financiar pesquisas com células-tronco do cordão umbilical, também foi aprovado: 430 votos a favor, com apenas o republicano Ron Paul, do Texas, contra. Muitos dos congressistas votaram a favor das duas medidas, dizendo que representam esperança.

Os membros da Câmara que defendem a medida agora esperam que ela seja aprovada pelo Senado, o que, segundo eles, poderia levar Bush a voltar atrás.

Com agências internacionais
 

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