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09/06/2005 - 22h46

Nasa marca choque com cometa para dia 4 de julho

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da EFE, em Washington

A Nasa (agência espacial americana) está com tudo pronto para finalizar a missão "Impacto Profundo", que pretende colidir um projétil contra o cometa Tempel 1, em uma tentativa de decifrar a matéria que forma esses corpos celestes.

O choque espacial acontecerá no próximo dia 4 de julho e pode tornar o cometa o objeto mais luminoso do espaço, em uma colisão que será acompanhada por instrumentos científicos no espaço e na Terra, para tentar obter o máximo de dados.

"Os cientistas acreditam que os cometas são remanescentes do nascimento do Sistema Solar", disse Andrew Dantzler, diretor da divisão de Sistema Solar da Nasa.

"Acreditamos que a 'Impacto profundo' pode revelar este material e que poderemos saber mais sobre nosso Sistema Solar", acrescentou Dantzler, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

A missão é formada por dois veículos: a sonda e o projétil. A sonda liberará o projétil 22 horas antes da colisão. Depois, passará perto do cometa para observar os resultados e analisar os materiais que se desprenderem na explosão.

Duas horas antes do impacto, o projétil, que tem seu próprio sistema de propulsão e navegação, irá sozinho até o cometa, que o encontrará com uma velocidade de 37.000 quilômetros por hora.

O projétil tem um metro de comprimento por um metro de diâmetro, é reforçado com cobre, para conseguir um impacto mais potente, e pesa 372 quilos. O Tempel 1, um cometa irregular descoberto em 1867, tem 1 quilômetro de comprimento e 4,6 de largura.

"É como uma bala que tenta atingir outro projétil disparando uma terceira bala. É um desafio extraordinário", disse Rick Grammier, responsável pelo projeto no JPL, o centro da Nasa em Pasadena, Califórnia.

Os cientistas querem que o sistema de navegação automática do projétil, "equivalente a ter um astronauta a bordo", se dirija a uma área do cometa iluminada pelo Sol, para que seja possível obter mais informações sobre a superfície e a cratera que for produzida, acrescentou Grammier.

Depois do impacto, a sonda tem apenas cerca de 13 minutos - enquanto passa nas proximidades do cometa - para coletar dados e imagens que servirão às pesquisas posteriores sobre os materiais existentes debaixo do gelo que cobre os cometas.

Os cientistas também pretendem analisar se o gelo é de água ou de outra origem.

Por causa do pouco tempo, a Nasa alistou mais de 30 observatórios astronômicos de todo o mundo, incluindo os telescópios espaciais Hubble, Chandra e Spitzer, para captar imagens do choque e obter dados adicionais.

A missão tem quatro sistemas de coleta de dados: uma câmera, um espectrômetro infravermelho e um Instrumento de Resolução Média na sonda. Também existe um no projétil, que transmitirá informações antes de ser destruído pelo cometa.

Apesar de tudo, os cientistas não sabem ainda o que acontecerá no cometa e a qual tamanho a cratera aberta pode chegar. A cratera poderia variar do tamanho de uma casa até o de um estádio.

"Sabemos tão pouco sobre os cometas que não podemos prever o que vai acontecer", reconheceu Michael A'Hearn, da Universidade de Maryland e pesquisador-chefe do projeto.

A'Hearn acrescentou que "as últimas 24 horas de vida do projétil oferecerão os dados mais espetaculares na história da ciência dos cometas".

"Com a informação que receberemos depois do impacto, será um cenário totalmente novo", disse.

Os cientistas afirmaram que as manobras de correção de trajetória feitas nas últimas semanas tiveram resultado positivo.

A nave foi lançada em 12 de janeiro passado e terminará sua missão após uma viagem espacial de 173 dias e 431 milhões de quilômetros. Já no final de abril, a sonda começou a fotografar o cometa.

A grande força do impacto fará com que o cometa aumente seu brilho de 15 a 20 vezes, por isso a luz causada pelo choque --que acontecerá às 2h52 (Brasília) do dia 4 de julho-- poderá ser observada pelos amantes da astronomia, pelo menos na América do Norte.
 

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