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24/06/2005 - 21h56

EUA correm risco de perder liderança no setor espacial

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da France Presse, em Washington

A posição dominante dos Estados Unidos no setor espacial está ameaçada, devido a políticas comerciais e de imigração restritivas demais, e pelos meios insuficientes de que a Nasa (agência espacial americana) dispõe, destacaram especialistas independentes em um relatório publicado ontem.

"Os Estados Unidos devem impulsionar a competitividade de sua indústria espacial, aumentar a cooperação internacional e se concentrar novamente na pesquisa para preservar a liderança espacial", destacaram George Abbey, ex-diretor da Nasa, e Neal Lane, astrofísico da Universidade Rice (Texas, centro-sul), que foi conselheiro científico do ex-presidente democrata, Bill Clinton.

O rigor dos controles para as exportações já afetou a indústria americana de satélites comerciais --considerados armas pelo Departamento de Estado-- e as chances de os Estados Unidos participarem de projetos espaciais em colaboração com parceiros internacionais, segundo este relatório de 27 páginas publicado pela "Academia Americana de Artes e Ciências", uma instituição privada de Cambridge (Massachusetts, nordeste).

O desejo do Pentágono de militarizar o espaço desestimula a cooperação internacional, lamentaram os especialistas.

Além disso, as importantes restrições impostas desde os atentados de 11 de Setembro de 2001 para a emissão de vistos desestimulou fortemente as viagens de cientistas estrangeiros para estudar e trabalhar nos Estados Unidos.

Segundo o documento, a ajuda de pesquisadores não-americanos permitiria compensar a crescente diminuição no país do número de estudantes que se formam em ciências e engenharia.

Abbey e Lane consideraram "fora da realidade" as grandes ambições espaciais do presidente George W. Bush, reveladas em janeiro de 2004, quando anunciou planos de voltar a mandar astronautas americanos para a Lua antes de 2020 e, a mais longo prazo, uma missão tripulada para Marte.

"A política espacial americana atual é paradoxal à medida que se caracteriza por grandes ambições e uma diminuição dos meios", destacaram os especialistas. O orçamento anual da agência espacial americana (cerca de US$ 16 bilhões) permanece quase inalterada há 30 anos.

"A política espacial americana está mal definida e seu futuro é incerto", destacaram Abbey e Lane, que apesar de tudo manifestaram ter esperanças na gestão do novo administrador da Nasa, Michael Griffin, um respeitado cientista.

Griffin deixou claro que já tem como objetivo mudar a cultura tecnocrática da agência, apontada como uma das causas do acidente com o ônibus espacial Columbia, em 2003, cuja desintegração e a conseqüente morte dos seus sete tripulantes levou à suspensão do programa espacial tripulado.

Segundo fontes próximas à Nasa, pelo menos 50 postos importantes poderiam ser alvo de uma mudança a curto prazo --20 deles antes de meados de agosto.

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