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06/07/2005
-
09h42
AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo
A poluição do ar não prejudica somente os pulmões. É isso que mostra uma pesquisa realizada com 85 ratos saudáveis de laboratório expostos ao material particulado fino proveniente da queima de combustíveis.
Os ratos estudados sofreram danos no sistema cardíaco e circulatório. Os efeitos foram notados depois de apenas um dia.
Segundo a pesquisadora Dolores Helena Rivero, 33, da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), os ratos tiveram redução do controle autonômico do coração, ou seja, ficaram mais propensos à morte súbita.
Os animais usados no estudo foram anestesiados, entubados e, depois, receberam uma solução com o material particulado pela traquéia --assim, o poluente atingiu diretamente o sistema respiratório dos animais. O material particulado foi obtido em agosto do ano passado por um filtro instalado no prédio da Faculdade de Medicina, na avenida Dr. Arnaldo, na capital paulista.
Segundo a bióloga, o estudo indica que não só pessoas que já têm problemas cardíacos são afetadas pela poluição do ar. "Qualquer um pode começar a sentir os efeitos de viver em São Paulo ou em grandes cidades", afirmou.
Outro efeito notado nos ratos foi o estreitamento das artérias pulmonares, o que gera maior pressão para o coração e pode causar insuficiência cardíaca. "Também observei que as células sangüíneas sofreram alterações, ficaram inflamadas", disse.
Queimadas
E não é só a poluição das grandes cidades que pode prejudicar o organismo. Grande parte do material resultante da queima de vegetação (ou biomassa) é de partículas finas e ultrafinas, que conseguem atingir as partes mais profundas do aparelho respiratório.
Segundo o médico Marcos Abdo Arbex, também do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, hoje se sabe que o material particulado proveniente das queimadas também afeta o aparelho cardiocirculatório das pessoas.
Segundo ele, a cada dez microgramas por metro cúbico de aumento de partículas em suspensão, sobe 5,05% o número de atendidos por hipertensão. "Já havíamos mostrado que quando se queimava a cana-de-açúcar aumentava a procura pelo setor de emergência em Araraquara [interior de São Paulo]. Neste ano, quantificamos também a procura em razão de hipertensão", disse.
O trabalho foi apresentado em maio nos EUA e, em setembro, será apresentado no Congresso Europeu de Doença Respiratória, em Copenhague (Dinamarca).
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da Folha de S.Paulo
A poluição do ar não prejudica somente os pulmões. É isso que mostra uma pesquisa realizada com 85 ratos saudáveis de laboratório expostos ao material particulado fino proveniente da queima de combustíveis.
Os ratos estudados sofreram danos no sistema cardíaco e circulatório. Os efeitos foram notados depois de apenas um dia.
Segundo a pesquisadora Dolores Helena Rivero, 33, da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), os ratos tiveram redução do controle autonômico do coração, ou seja, ficaram mais propensos à morte súbita.
Os animais usados no estudo foram anestesiados, entubados e, depois, receberam uma solução com o material particulado pela traquéia --assim, o poluente atingiu diretamente o sistema respiratório dos animais. O material particulado foi obtido em agosto do ano passado por um filtro instalado no prédio da Faculdade de Medicina, na avenida Dr. Arnaldo, na capital paulista.
Segundo a bióloga, o estudo indica que não só pessoas que já têm problemas cardíacos são afetadas pela poluição do ar. "Qualquer um pode começar a sentir os efeitos de viver em São Paulo ou em grandes cidades", afirmou.
Outro efeito notado nos ratos foi o estreitamento das artérias pulmonares, o que gera maior pressão para o coração e pode causar insuficiência cardíaca. "Também observei que as células sangüíneas sofreram alterações, ficaram inflamadas", disse.
Queimadas
E não é só a poluição das grandes cidades que pode prejudicar o organismo. Grande parte do material resultante da queima de vegetação (ou biomassa) é de partículas finas e ultrafinas, que conseguem atingir as partes mais profundas do aparelho respiratório.
Segundo o médico Marcos Abdo Arbex, também do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, hoje se sabe que o material particulado proveniente das queimadas também afeta o aparelho cardiocirculatório das pessoas.
Segundo ele, a cada dez microgramas por metro cúbico de aumento de partículas em suspensão, sobe 5,05% o número de atendidos por hipertensão. "Já havíamos mostrado que quando se queimava a cana-de-açúcar aumentava a procura pelo setor de emergência em Araraquara [interior de São Paulo]. Neste ano, quantificamos também a procura em razão de hipertensão", disse.
O trabalho foi apresentado em maio nos EUA e, em setembro, será apresentado no Congresso Europeu de Doença Respiratória, em Copenhague (Dinamarca).
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