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12/07/2005 - 20h54

Cérebro de criança hiperativa funciona diferente, aponta estudo

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da EFE, em Zaragoza

Cientistas espanhóis detectaram alterações metabólicas no cérebro das crianças hiperativas, uma descoberta que permitirá o diagnóstico precoce dessa desordem crônica que acomete 5% das crianças ao nascer e que pode provocar fracasso escolar e graves problemas de conduta.

O estudo, desenvolvido em Zaragoza por Nicolás Fayed, chefe do Serviço de Neurorradiologia da clínica Quirón, e Pedro Modrego, neurologista do Hospital Miguel Servet, acaba de ser publicado na revista americana "Academic Radiology" e foi desenvolvido durante cinco anos com 41 crianças da região, entre três e nove anos de idade --algumas delas eram autistas e outras tinham forte déficit de atenção.

Essas crianças foram submetidas a uma espectroscopia por ressonância magnética, que tirou "fotos bioquímicas do cérebro", nas quais foi possível observar um aumento da presença metabólica de N-acetilaspartato nas crianças hiperativas, enquanto os autistas não apresentaram anomalias significativas, explicou Fayed nesta terça.

Tamanha alteração no cérebro poderia estar relacionada a um aumento da energia celular dos neurônios ou de neurotransmissores (substâncias que atuam na transmissão de impulsos nervosos).

"É como se um menino hiperativo funcionasse ligado em uma rede elétrica de 220 volts, e não de 110 volts", explicou Fayed, que destacou a "nova porta" aberta nas investigações sobre o tema.

A hiperatividade afeta 5% das crianças ao nascer, é mais freqüente no sexo masculino, costuma se manifestar entre os três e os quatro anos de idade, embora os especialistas opinem que 20% poderiam estar sem o diagnóstico do problema.

Essas crianças, "que não são capazes de ficar dois minutos sentados em uma cadeira", apresentam déficit de atenção sustentável, atrasos em sua autonomia, aprendizagem, escritura e cálculo e podem ter dificuldades para fazer amizades, esquecem suas coisas em lugares diferentes e costumam ter desempenho insatisfatório na escola.

Além disso, a partir dos nove anos essas crianças podem apresentar problemas de conduta e comportamento, inclusive de agressividade com seus professores, acrescentou o médico.

As causas desta patologia podem ser genéticas (25% dos pais destas crianças costumam ser hiperativos ou apresentar déficit de atenção), ou provocadas ainda pelo consumo de tabaco ou déficit de iodo na gravidez, entre outros fatores.

A hiperatividade é crônica, ratificou Fayed, já que não desaparece na adolescência ou na maturidade, mas pode ser aliviada com uma adequada intervenção médica e com tratamentos de conduta, programas de educação especial e medicação.

A novidade que o estudo divulgado hoje traz, ao descobrir uma alteração metabólica na substância branca cerebral mediante espectroscopia por ressonância magnética, é importante, e permite às crianças diagnosticar o problema de forma precoce, impedindo que a hiperatividade avance.

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