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21/07/2005
-
18h41
da EFE, em Madri
Uma equipe espanhola chefiada pela pesquisadora María Blasco diz ter provado a ligação existente entre as células-tronco, os tumores e o processo de envelhecimento. Blasco é a diretora do Programa de Oncologia Molecular e chefe do Grupo de Telômeros e Telomerase do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas (CNIO) da Espanha.
A pesquisadora explicou à EFE que todos os trabalhos prévios com células-tronco estiveram concentrados em seu uso, em vez de entender seu possível papel como causador de câncer ou do envelhecimento.
O trabalho, que será publicado nesta sexta-feira pela revista "Science" e foi realizado pelos pesquisadores Ignacio Flores e María Luisa Cayuela, revela o papel de uma proteína, a telomerase, e de estruturas cromossômicas, os telômeros.
Já se sabia que ambas as substâncias são importantes na biologia das células-tronco e relacionadas com o câncer e o envelhecimento. Os pesquisadores puderam constatar que manter os extremos dos cromossomos ou telômeros em bom estado permite que as células-tronco funcionem eficazmente.
As células-tronco são a fonte regeneradora dos distintos tecidos do organismo, pois são ativadas quando estes sofrem alguma lesão. O problema é que se forem ativadas e multiplicadas em excesso ou houver algum erro surgem o câncer e as doenças relacionadas com o envelhecimento.
Para o trabalho, realizado a partir de modelos animais, os cientistas utilizaram células-tronco epiteliais (as que revestem a superfície de cavidades e condutos do organismo).
Os pesquisadores constataram que quando essas células têm os telômeros muito curtos não regeneram a pele e o pêlo adequadamente, com o resultado de envelhecimento precoce.
Mas, quando a proteína encarregada de alongar os telômeros (a telomerase) se encontra presente em excesso nas células, o que ocorre em mais de 90% dos tumores, as células-tronco epiteliais regeneram os tecidos com muita rapidez.
A conseqüência é que a pele e o pêlo crescem mais do que o normal, o que causa uma maior suscetibilidade a formar tumores. Estes defeitos no comportamento das células-tronco precedem a aparição dos primeiros sintomas visíveis de envelhecimento precoce ou do câncer. Por isso, a medida dos telomêros ou da atividade da telomerase em células-tronco pode ser considerada um parâmetro utilizável nos prognósticos.
Os pesquisadores afirmam no trabalho que revelar os parâmetros que determinam o comportamento das células-tronco é essencial para o uso destas em tratamentos celulares sem causar efeitos colaterais.
Blasco foi condecorada com a medalha de ouro da Organização Européia de Biologia Molecular por seus trabalhos sobre os telômeros.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre pesquisas com células-tronco
Pesquisador diz ter provado ligação entre células-tronco e câncer
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Uma equipe espanhola chefiada pela pesquisadora María Blasco diz ter provado a ligação existente entre as células-tronco, os tumores e o processo de envelhecimento. Blasco é a diretora do Programa de Oncologia Molecular e chefe do Grupo de Telômeros e Telomerase do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas (CNIO) da Espanha.
A pesquisadora explicou à EFE que todos os trabalhos prévios com células-tronco estiveram concentrados em seu uso, em vez de entender seu possível papel como causador de câncer ou do envelhecimento.
O trabalho, que será publicado nesta sexta-feira pela revista "Science" e foi realizado pelos pesquisadores Ignacio Flores e María Luisa Cayuela, revela o papel de uma proteína, a telomerase, e de estruturas cromossômicas, os telômeros.
Já se sabia que ambas as substâncias são importantes na biologia das células-tronco e relacionadas com o câncer e o envelhecimento. Os pesquisadores puderam constatar que manter os extremos dos cromossomos ou telômeros em bom estado permite que as células-tronco funcionem eficazmente.
As células-tronco são a fonte regeneradora dos distintos tecidos do organismo, pois são ativadas quando estes sofrem alguma lesão. O problema é que se forem ativadas e multiplicadas em excesso ou houver algum erro surgem o câncer e as doenças relacionadas com o envelhecimento.
Para o trabalho, realizado a partir de modelos animais, os cientistas utilizaram células-tronco epiteliais (as que revestem a superfície de cavidades e condutos do organismo).
Os pesquisadores constataram que quando essas células têm os telômeros muito curtos não regeneram a pele e o pêlo adequadamente, com o resultado de envelhecimento precoce.
Mas, quando a proteína encarregada de alongar os telômeros (a telomerase) se encontra presente em excesso nas células, o que ocorre em mais de 90% dos tumores, as células-tronco epiteliais regeneram os tecidos com muita rapidez.
A conseqüência é que a pele e o pêlo crescem mais do que o normal, o que causa uma maior suscetibilidade a formar tumores. Estes defeitos no comportamento das células-tronco precedem a aparição dos primeiros sintomas visíveis de envelhecimento precoce ou do câncer. Por isso, a medida dos telomêros ou da atividade da telomerase em células-tronco pode ser considerada um parâmetro utilizável nos prognósticos.
Os pesquisadores afirmam no trabalho que revelar os parâmetros que determinam o comportamento das células-tronco é essencial para o uso destas em tratamentos celulares sem causar efeitos colaterais.
Blasco foi condecorada com a medalha de ouro da Organização Européia de Biologia Molecular por seus trabalhos sobre os telômeros.
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