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28/07/2005
-
09h34
RICARDO BONALUME NETO
da Folha de S.Paulo
Você tem uma lembrança horrível, que causa pânico, pesadelos e piora sua vida? Tome um beta-bloqueador e viva feliz para todo o sempre. Essa receita fora do comum está sendo demonstrada agora como real. Beta-bloqueadores são remédios largamente usados para problemas cardíacos, como tratar pressão alta.
Mas um grupo de psiquiatras nos EUA descobriu que essas drogas também agem afetando memórias, notadamente apagando as ruins, se administradas no momento certo, segundo notícia veiculada nesta quinta-feira pela revista "Nature".
Segundo a revista, uma equipe de psiquiatras em Nova York vai em breve enviar artigo sobre seu estudo para uma revista científica. A pesquisa envolve o uso de beta-bloqueadores para afetar a memória de vítimas de PTSD --sigla em inglês para distúrbio de estresse pós-traumático.
Uma em cada três pessoas envolvidas num evento traumático como um dos recentes atentados terroristas em Londres terá sintomas da síndrome, como ataques de pânico e lembranças despertadas por sinais associados, como sirenes ou sons de explosão.
Pesquisas feitas com ratos já mostraram que o beta-bloqueador propanolol afetou a capacidade do animal de reagir a estímulos negativos --como um som tocado logo antes de receber um choque elétrico. Os ratos perdem o medo associado ao toque sonoro.
Segundo a psiquiatra Margaret Altemus, da Universidade Cornell, citada pela revista, a memória do evento e o medo associado a ele sempre ocorrem juntos.
Os voluntários do estudo clínico tomam uma dose de propanolol ao sentirem os sintomas do estresse pós-trauma. Os cientistas acham que a droga deve cortar a ligação entre lembrança e medo.
As terapias hoje procuram lidar com o problema ao tentar fazer o paciente pensar em experiências felizes como contraponto, mas um terço das pessoas não consegue. Usar uma droga seria uma opção, mas há o risco de o tratamento ser explorado para outros fins --por exemplo, temem alguns psiquiatras, para militares fazerem seus soldados esquecerem traumas de combate.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre perda de memória
Droga utilizada por cardíacos pode reprimir lembrança ruim
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da Folha de S.Paulo
Você tem uma lembrança horrível, que causa pânico, pesadelos e piora sua vida? Tome um beta-bloqueador e viva feliz para todo o sempre. Essa receita fora do comum está sendo demonstrada agora como real. Beta-bloqueadores são remédios largamente usados para problemas cardíacos, como tratar pressão alta.
Mas um grupo de psiquiatras nos EUA descobriu que essas drogas também agem afetando memórias, notadamente apagando as ruins, se administradas no momento certo, segundo notícia veiculada nesta quinta-feira pela revista "Nature".
Segundo a revista, uma equipe de psiquiatras em Nova York vai em breve enviar artigo sobre seu estudo para uma revista científica. A pesquisa envolve o uso de beta-bloqueadores para afetar a memória de vítimas de PTSD --sigla em inglês para distúrbio de estresse pós-traumático.
Uma em cada três pessoas envolvidas num evento traumático como um dos recentes atentados terroristas em Londres terá sintomas da síndrome, como ataques de pânico e lembranças despertadas por sinais associados, como sirenes ou sons de explosão.
Pesquisas feitas com ratos já mostraram que o beta-bloqueador propanolol afetou a capacidade do animal de reagir a estímulos negativos --como um som tocado logo antes de receber um choque elétrico. Os ratos perdem o medo associado ao toque sonoro.
Segundo a psiquiatra Margaret Altemus, da Universidade Cornell, citada pela revista, a memória do evento e o medo associado a ele sempre ocorrem juntos.
Os voluntários do estudo clínico tomam uma dose de propanolol ao sentirem os sintomas do estresse pós-trauma. Os cientistas acham que a droga deve cortar a ligação entre lembrança e medo.
As terapias hoje procuram lidar com o problema ao tentar fazer o paciente pensar em experiências felizes como contraponto, mas um terço das pessoas não consegue. Usar uma droga seria uma opção, mas há o risco de o tratamento ser explorado para outros fins --por exemplo, temem alguns psiquiatras, para militares fazerem seus soldados esquecerem traumas de combate.
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