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04/08/2005
-
09h55
RICARDO BONALUME NETO
da Folha de S.Paulo
Mesmo supondo o pior --que o vírus da gripe do frango possa ser transmitido de pessoa a pessoa--, seria possível conter um surto da doença antes que ela se transforme em uma epidemia de proporções letais e mundiais.
Estudos baseados em modelos de computador, publicados nos dois principais periódicos científicos do planeta, indicam que diagnóstico rápido, quarentena de doentes e tratamento em massa com antivirais seriam capazes de impedir algo semelhante ao que aconteceu com a chamada gripe espanhola, logo depois da Primeira Guerra Mundial.
Essa epidemia de gripe, ou influenza, matou de 20 milhões a 40 milhões de pessoas em apenas dois anos --a imprecisão das estimativas, tal como a grandeza dos números, já deixam claro o impacto da tragédia. Para que se tenha uma idéia, os combates de 1914 a 1918 mataram perto de 10 milhões de pessoas.
A gripe aviária que atualmente já afeta vários países asiáticos ainda não é um problema grave de saúde pública para o ser humano. Apesar de grande mortandade entre as aves, foram poucos os casos afetando seres humanos. As vítimas se infectam por inalação ou ingestão do vírus nas fezes e nas secreções das aves cujo organismo foi invadido.
Mas os cientistas se preocupam com a possibilidade de que mutações aleatórias no vírus acabem criando cepas capazes de serem transmitidas de pessoa a pessoa, criando o potencial de uma nova pandemia --uma epidemia de proporções globais.
As duas equipes de pesquisadores fizeram estudos semelhantes e divulgaram os resultados nas edições desta semana das revistas "Nature" (www.nature.com), que circula hoje, e "Science" (www.sciencemag.org), que sai publicada nesta sexta.
O estudo na britânica "Nature" é de autoria de Neil M. Ferguson, do Imperial College, de Londres, e mais sete colaboradores; o da americana "Science" foi feito por Ira M. Longini Jr., da Universidade Emory, em Atlanta (EUA), e mais sete colegas.
Os dados para as simulações de computador foram obtidos na Tailândia, um país do sudeste asiático que, além de estar vulnerável à doença, dispunha de um conjunto de estatísticas detalhado e adequado aos modelos. Como se trata de uma potencial transmissão de pessoa a pessoa, era fundamental saber qual o grau de contatos que uma vítima teria para passar o vírus a outras.
Após rodar os modelos, os pesquisadores apresentaram uma boa e uma má notícia. A boa é a conclusão de que se pode conter a gripe do frango. A má é que será preciso mais que uma boa idéia para conter o avanço da doença. "Para ser eficaz", disse Ferguson, "você precisa de uma combinação de estratégias. Nenhuma isoladamente conseguiria prevenir com sucesso uma epidemia."
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Mesmo supondo o pior --que o vírus da gripe do frango possa ser transmitido de pessoa a pessoa--, seria possível conter um surto da doença antes que ela se transforme em uma epidemia de proporções letais e mundiais.
Estudos baseados em modelos de computador, publicados nos dois principais periódicos científicos do planeta, indicam que diagnóstico rápido, quarentena de doentes e tratamento em massa com antivirais seriam capazes de impedir algo semelhante ao que aconteceu com a chamada gripe espanhola, logo depois da Primeira Guerra Mundial.
Essa epidemia de gripe, ou influenza, matou de 20 milhões a 40 milhões de pessoas em apenas dois anos --a imprecisão das estimativas, tal como a grandeza dos números, já deixam claro o impacto da tragédia. Para que se tenha uma idéia, os combates de 1914 a 1918 mataram perto de 10 milhões de pessoas.
A gripe aviária que atualmente já afeta vários países asiáticos ainda não é um problema grave de saúde pública para o ser humano. Apesar de grande mortandade entre as aves, foram poucos os casos afetando seres humanos. As vítimas se infectam por inalação ou ingestão do vírus nas fezes e nas secreções das aves cujo organismo foi invadido.
Mas os cientistas se preocupam com a possibilidade de que mutações aleatórias no vírus acabem criando cepas capazes de serem transmitidas de pessoa a pessoa, criando o potencial de uma nova pandemia --uma epidemia de proporções globais.
As duas equipes de pesquisadores fizeram estudos semelhantes e divulgaram os resultados nas edições desta semana das revistas "Nature" (www.nature.com), que circula hoje, e "Science" (www.sciencemag.org), que sai publicada nesta sexta.
O estudo na britânica "Nature" é de autoria de Neil M. Ferguson, do Imperial College, de Londres, e mais sete colaboradores; o da americana "Science" foi feito por Ira M. Longini Jr., da Universidade Emory, em Atlanta (EUA), e mais sete colegas.
Os dados para as simulações de computador foram obtidos na Tailândia, um país do sudeste asiático que, além de estar vulnerável à doença, dispunha de um conjunto de estatísticas detalhado e adequado aos modelos. Como se trata de uma potencial transmissão de pessoa a pessoa, era fundamental saber qual o grau de contatos que uma vítima teria para passar o vírus a outras.
Após rodar os modelos, os pesquisadores apresentaram uma boa e uma má notícia. A boa é a conclusão de que se pode conter a gripe do frango. A má é que será preciso mais que uma boa idéia para conter o avanço da doença. "Para ser eficaz", disse Ferguson, "você precisa de uma combinação de estratégias. Nenhuma isoladamente conseguiria prevenir com sucesso uma epidemia."
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